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Roubos de criptomoedas triplicam e geram mais lavagens de dinheiro

Somente no primeiro semestre do ano foram roubados mais de US$ 760 milhões em criptomoedas das bolsas

Criptomoedas: o valor de mercado atual das 100 maiores criptomoedas é de cerca de US$ 270 bilhões (Benoit Tessier/Illustration/Reuters)

Criptomoedas: o valor de mercado atual das 100 maiores criptomoedas é de cerca de US$ 270 bilhões (Benoit Tessier/Illustration/Reuters)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 7 de julho de 2018 às 08h15.

Última atualização em 7 de julho de 2018 às 08h15.

(Bloomberg) -- Os criminosos estão roubando mais criptomoedas das bolsas, o que está impulsionando o crescimento de uma indústria artesanal de serviços que permite a lavagem do dinheiro investido nas moedas, segundo um novo relatório.

No primeiro semestre do ano foram roubados mais de US$ 760 milhões em criptomoedas das bolsas -- quase três vezes mais do que em todo o ano de 2017, afirmou a CipherTrace em seu relatório trimestral inicial sobre o assunto. A CipherTrace é uma firma de segurança em blockchain com sede em Menlo Park, na Califórnia, que trabalha com mais de 40 empresas e governos para monitorar transações de criptomoedas.

O valor de mercado atual das 100 maiores criptomoedas é de cerca de US$ 270 bilhões, segundo o CoinMarketCap.com. Há grande disponibilidade de serviços que limpam dinheiro sujo, afirmou a CipherTrace, e alguns até publicam anúncios por meio do Google AdWords.

“Há tantas criptomoedas atualmente, e elas valem tanto dinheiro, e há tantas bolsas no mundo onde se pode fazer saques que temos visto não apenas gangues cibernéticas tradicionais, mas também a entrada de um novo conjunto de criminosos neste espaço”, disse o CEO David Jevans, em entrevista por telefone. “Esta expansão geral do mercado criou toda uma nova geração de cibercriminosos que não existia há 15 meses.”

Existem mais de 1.600 criptomoedas e é cada vez mais difícil monitorar todas -- o que abre uma brecha para os criminosos. Os órgãos reguladores têm afirmado que muitas bolsas e startups que estão emitindo novas moedas ainda não se esforçam o suficiente para checar as identidades dos clientes e verificar se os usuários não estão lavando recursos roubados. Os usuários que compram e vendem moedas normalmente são representados por endereços anônimos.

Enquanto isso, muitas bolsas -- e novas são abertas o tempo todo -- têm vulnerabilidades de segurança. E as criptomoedas, uma vez roubadas, muitas vezes não podem ser devolvidas, e nem rastreadas para identificar os ladrões.

“É muito mais fácil do que roubar bancos”, disse Jevans.

Os órgãos reguladores provavelmente reprimirão a lavagem de criptomoedas, disse Jevans. É provável que isso seja positivo para os investidores, mas algumas moedas podem ter problemas.

“Algumas moedas pequenas serão expulsas das bolsas porque será difícil monitorar as transações”, disse ele.

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