COLAPSO: custo médio de uma crise é de cerca de 75% do PIB, de acordo com pesquisa (Michael Nagle/Bloomberg via/Getty Images)
Thiago Lavado
Publicado em 3 de outubro de 2020 às 09h47.
Os robôs provavelmente têm uma vantagem sobre os seres humanos quando se trata de prever o próximo colapso econômico, de acordo com pesquisadores do Banco da Inglaterra.
“Wir Sind die Roboter: Can We Predict Financial Crises?” --- uma referência à canção de 1978 dos pioneiros da música eletrônica alemã Kraftwerk --- é o mais recente relatório no blog Bank Underground.
Modelos de aprendizado de máquinas que reuniram dados de 140 anos e 17 países conseguiram prever corretamente a crise de pequenos bancos em 1991 no Reino Unido e a crise financeira global de 2008-2009, segundo o relatório.
Os pesquisadores, liderados por Kristina Bluwstein, escreveram que são grandes os benefícios de ser capaz de ver um desastre e que os humanos não são muito bons nisso. Eles apontam que “mesmo pessoas tão inteligentes quanto Isaac Newton” perderam sua fortuna em tais eventos.
O custo médio de uma crise é de cerca de 75% do Produto Interno Bruto, de acordo com a pesquisa. Isso pode ser evitado se ações preventivas adequadas - ferramentas macroprudenciais, na linguagem do banco central - forem aplicadas com suficiente antecedência.
Os fatores mais importantes a prenunciar uma crise “são o crescimento do crédito e a inclinação da curva de juros”, embora sempre possam existir eventos inerentemente imprevisíveis, escreveram os autores. “Mas é crucial identificar um sistema financeiro como mais vulnerável” e, portanto, com maior probabilidade de amplificar um choque inesperado na direção de uma crise financeira completa.