Robôs: “[a] ameaça crescente dos dispositivos robóticos obriga o papel de assessor financeiro a evoluir", diz relatório do Morgan Stanley (Koichi Kamoshida/ Getty Images)
Da Redação
Publicado em 13 de julho de 2016 às 17h30.
Os robôs assessores não desaparecerão tão cedo e o setor de gestão de patrimônio precisa realizar algumas mudanças se quiser superar os robôs e uma série de outras ameaças que está enfrentando.
É o que diz uma nova nota do Morgan Stanley, um dos maiores gestores de patrimônio de Wall Street, com mais de US$ 2 trilhões em ativos sob administração.
O relatório, divulgado por Michael Cyprys, analista de ações da empresa, diz que a adaptação ao novo ambiente é fundamental.
“[A] ameaça crescente dos dispositivos robóticos obriga o papel de assessor financeiro a evoluir: foco maior no planejamento financeiro, adoção de ferramentas digitais como robôs como forma de aumentar a eficiência, parceria entre seres humanos e máquinas”, escreveu ele.
“As capacidades digitais estão ganhando cada vez mais importância porque a geração Y tem mais conhecimento digital do que as gerações anteriores, o que está transformando o panorama da gestão de investimentos e de patrimônio; novas estreantes inovadoras, como as assessorias que utilizam robôs, podem roubar participação”.
A nota ressalta que uma pesquisa recente apontou que mais de 50 por cento dos integrantes das gerações X e Y disseram que estariam abertos ao uso de assessoria robótica.
As comissões baixas e a abordagem de investimento em piloto automático atraíram cerca de US$ 50 bilhões em ativos para o amplo universo dos robôs assessores, segundo a empresa de pesquisas Aite Group.
Esta ainda é uma quantidade relativamente pequena, considerando que existem mais de US$ 130 trilhões em ativos atualmente sob gestão em todo o mundo, mas Cyprys diz que os robôs assessores “têm um longo caminho de crescimento”.
Esta não é a única ameaça enfrentada pelo setor, diz ele, acrescentando que há outras quatro áreas preocupantes:
Juros e crescimento baixos: como o ambiente macro responde por uma fatia maior do desempenho das ações do que a norma histórica, superar as referências ficou mais difícil para os gerentes ativos.
Entradas de recursos em gestão passiva: em cima do primeiro ponto, a gestão passiva e os ETFs (fundos negociados em bolsa) têm visto enormes entradas de recursos desde a crise financeira, o que significa que os gestores estão recebendo uma fatia menor da torta de riquezas do que no passado.
Regulação: regras mais rígidas para a oferta de conselhos de investimento são outro fator positivo para as alternativas passivas e uma força contrária para os gestores ativos.
Demografia: como mencionado antes, as novas gerações são mais abertas a outras formas de assessoria financeira, o que significa que os gestores de patrimônio tradicionais terão que mudar para ganhar sua confiança e o acesso à sua riqueza crescente.