A Rio Tinto, atualmente avaliada em cerca de US$ 103 bilhões, é a segunda maior mineradora do mundo (DIVULGAÇÃO/RIO TINTO)
Redação Exame
Publicado em 16 de janeiro de 2025 às 18h40.
Última atualização em 16 de janeiro de 2025 às 18h44.
De acordo com informações da agência Bloomberg, a Rio Tinto e a Glencore estão em discussões preliminares sobre a fusão de seus negócios.
Se concretizada, a operação pode se tornar a maior já registrada na indústria de mineração global, reorganizando o equilíbrio de poder no setor.
Fontes próximas às negociações informaram que os diálogos entre as empresas começaram recentemente, mas ainda não está claro se as conversas permanecem ativas. Ambas as companhias preferiram não comentar o assunto.
A Rio Tinto, atualmente avaliada em cerca de US$ 103 bilhões, é a segunda maior mineradora do mundo.
Já a Glencore, com valor de mercado estimado em US$ 55 bilhões, tem se destacado por sua atuação agressiva em fusões e aquisições. Juntas, as empresas poderiam ultrapassar o Grupo BHP, líder da indústria, avaliado em aproximadamente US$ 126 bilhões.
Nos últimos anos, o setor de mineração tem sido palco de grandes movimentações estratégicas, motivadas principalmente pela crescente demanda por cobre, metal essencial para os esforços globais de transição energética e descarbonização.
A Rio Tinto e a Glencore possuem algumas das mais importantes minas de cobre do mundo. Entretanto, a dependência da Rio Tinto do minério de ferro, um mercado impactado pela desaceleração econômica da China, representa um desafio adicional para a empresa.
Já a Glencore, conhecida por sua postura agressiva no mercado, possui um histórico relevante de tentativas de fusões e aquisições. Em 2014, a empresa já havia proposto uma fusão com a Rio Tinto, sem sucesso. Em 2023, a companhia tentou adquirir a Teck Resources Ltd., mas acabou ficando com a unidade de carvão da empresa.
Caso a negociação avance, a Rio Tinto obteria participação na mina Collahuasi, no Chile, uma das mais ricas do mundo e alvo de interesse estratégico da empresa há mais de uma década. Além disso, a Glencore traria para a mesa sua vasta operação de trading de commodities, que inclui a comercialização e o transporte de grandes volumes de metais, carvão e petróleo.
No entanto, a fusão também levanta questões sensíveis. A Glencore é atualmente a maior exportadora mundial de carvão térmico e uma das principais produtoras de carvão metalúrgico, um segmento do qual a Rio Tinto já se retirou há alguns anos.
O desenrolar das negociações será acompanhado de perto pelo mercado, dada a relevância das empresas envolvidas e o potencial impacto nos preços e na oferta de commodities estratégicas.