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Repórter Exame IN
Publicado em 16 de outubro de 2024 às 08h36.
Última atualização em 16 de outubro de 2024 às 08h37.
Sem divulgação de indicadores de maior impacto e agenda esvaziada, os investidores devem concentrar atenção no ambiente fiscal, em meio às falas de integrantes do governo sobre a revisão de gastos públicos.
Na agenda do governo, o compromisso principal desta quarta-feira é a coletiva, à tarde, do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, acerca da decisão da adoação ou não do horário de verão. Nesta manhã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também deve se reunir com representantes da Febraban e grandes bancos.
No exterior, a expectativa por um ataque de Israel ao Irã ronda os mercados. Nos Estados Unidos, as bolsas devem reagir à divulgação dos balanços de mais bancos, como o Goldman Sachs, que divulgou seus dados na noite de ontem, e o Morgan Stanley, que publica seus números hoje. Os futuros de Nova York se estabilizaram, com a Dow em 0,01%, a S&P avançando 0,08% e a Nasdaq, 0,15%, após perdas na véspera.
Os mercados asiáticos fecharam, majoritariamente, no campo negativo, com temores sobre a demanda de chips. Na Europa, as bolsas operam mistas e com investidores de olho na quinta-feira, 17, quando haverá a decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE). Na tarde desta quarta-feira, a presidente do BCE, Christine Lagarde, fala em evento.
Por aqui, os números de produção da Vale também devem ser digeridos pelo mercado. Foi a maior produção de minério de ferro desde o fim de 2018, com números "fortes", na avaliação do time do Citi, que destacaram a produção acima do esperado para cobre e níquel.
Na Ásia, apenas a Bolsa de Xangai fechou no campo positivo. A divulgação de dados da empresa de semicondutores ASML acendeu sinal amarelo na sessão de hoje por causa da menor previsão para o setor de inteligência artificial, o que pode afetar os fabricantes de chips.
Além disso, os mercados fecharam com a expectativa de uma nova coletiva na China, desta vez sobre o mercado imobiliário.
Na Europa, as bolsas operam mistas. O destaque positivo está para a Bolsa de Londres, que reage a dados benéficos da inflação no Reino Unido. Os preços ao consumidor do país caíram abaixo da meta de 2% do Bank of England em setembro pela primeira vez desde abril de 2021, a 1,7%. Somados aos dados de salários, os números podem abrir espaço para corte de juros.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, falou com jornalistas após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. As duas pastas, segunda ela, autorizaram as equipes a colocarem propostas no papel para a revisão de gastos públicos que devem ser apresentadas posteriormente ao presidente Lula.
"Chegou a hora para levar a sério a revisão de gastos. Não é possível mais apenas pelo lado da receita resolver o fiscal. Arcabouço está de pé. Sem perspectiva de alteração", afirmou a ministra.
Também nesta quarta-feira, o presidente enviou ao Congresso Nacional o pedido de retirada de urgência do projeto que altera o Auxílio Gás, que tem gerado impasse entre o Ministério da Fazenda e o do Ministério de Minas e Energia.
Às 14h30, Banco Central do Brasil divulgará as estatísticas semanais do fluxo cambial estrangeiro. Na última divulgação, referente à semana encerrada em 04 de outubro, o fluxo cambial brasileiro apresentou saldo negativo de US$ 0,277 bilhões.
As cotações das duas commodities estão em queda nesta quarta-feira. Nesta manhã, o minério de ferro caía -1,88% em Dalian na China, cotado a US$ 110,02 por tonelada. Em Singapura, os contratos futuros estão em queda de 1,,37%, para US$ 104,50 por tonelada.
Já o petróleo cede em meio a incertezas no Oriente Médio e perspectivas de demanda e oferta. O contrato Brent para dezembro caía 0,69% para US$ 73,74, e o WTI para julho recuava 0,68%, para US$ 70,10.