Fernando Haddad, ministro da Fazenda (World Economic Forum/Sandra Blaser/Reprodução)
Repórter
Publicado em 16 de fevereiro de 2023 às 07h47.
Última atualização em 16 de fevereiro de 2023 às 09h11.
Índices de ações internacionais operam sem uma direção definida na manhã desta desta quinta-feira, 16, com o mercado digerindo os resultados da temporada de balanços, enquanto aguarda por novos dados da economia americana. Serão divulgados nos Estados Unidos o Índice de Preço ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) e os pedidos semanais de seguro desemprego.
Para o PPI referente ao mês de janeiro espera-se queda de 6,2% para 5,4% no acumulado de 12 meses. Já o consenso para os pedidos de seguro desemprego é de que fique em 200.000 contra os 196.000 da semana anterior. Ambos os dados estão previstos para às 10h30 (de Brasília).
Números do mercado de trabalho e da inflação são aspectos chaves para a condução da política monetária do Federal Reserve (Fed), que segue subindo os juros na tentativa de conter a alta de preços. Embora o próprio presidente do Fed tenha admitido que o processo desinflacionário já começou nos Estados Unidos, as expectativas de que o Fed seja mais brando tornam-se cada vez menores com a economia americana ainda fortalecida. Grande parte do mercado ainda espera pelo aumento do desemprego e pela deterioração da economia americana.
Desempenho dos indicadores às 8h (de Brasília):
No Brasil, onde a elevada taxa de juros de 13,75% segue recebendo críticas de diversas frentes, as atenções estarão voltadas para a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), que define as metas de inflação. O órgão é composto pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e a do Planejamento, Simone Tebet.
Haddad descartou a possibilidade de uma eventual revisão da meta de inflação ser colocada em pauta nesta primeira reunião do CMN do ano. No entanto, em evento realizado na véspera, o ministro da Fazenda voltou a enfatizar a busca por metas exequíveis. "Quando projetamos cenários irrealistas perde-se credibilidade. Isso não é ser leniente", afirmou no CEO Conference, do BTG Pactual.
As declarações foram feitas logo após algumas das maiores e mais influentes gestoras do mercado brasileiro darem aval à mudança da meta ao classificarem-a como "errada" por ser "muito ambiciosa".
No aspecto geral, as declarações do ministro em evento para investidores reverberaram positivamente no mercado e o Ibovespa fechou o último pregão com 1,62% de alta. O principal motivo foi a confirmação de Haddad de que o governo trabalha para apresentar uma nova âncora fiscal já em março. A antecipação foi encarada como positiva, dado que PEC da Transição dava até o fim do semestre para a proposta ser apresentada. Sinais de maior entrosamento entre o governo e o Banco Central também foram vistos com bons olhos pelo mercado.
Nesta quinta, investidores também aguardam pela divulgação do balanço da Vale (VALE3), previsto para após o encerramento do pregão. A empresa tem o maior peso do Ibovespa e qualquer surpresa (positiva ou negativa) tem potencial de mexer com toda a bolsa brasileira.
Ainda pela manhã, investidores devem reagir aos balanços mais recentes. Apresentaram seus números na véspera Telefônica (VIVT3), Rumo (RAIL3), B3 (B3SA3) e Assaí (ASAI3).
Além do resultado, em que registrou lucro de R$ 1,1 bilhão, a Telefônica ainda anunciou pedido de anuência feito na Anatel para a redução de capital no valor máximo de R$ 5 bilhões. A empresa também informou que espera gastar R$ 9 bilhões em investimentos neste ano, com foco na ampliação do 5G. A empresa também anunciou um novo programa de recompra de ações.
A Americanas (AMER3) anunciou a contratação de Leonardo Coelho para CEO da empresa. João Guerra, que estava no cargo interinamente desde a renúncia de Sérgio Rial, voltará a atuar como vice-presidente de recursos humanos. Também chega na Americanas Antonio Luiz Pizarro Manso, que irá atuar como membro do Comitê Independente. Ele irá ocupar a cadeira deixada por Vanessa Claro Lopes.