Radar: expectativas sobre revisão de gastos é o foco do mercado nesta segunda-feira, 17 (Ricardo Stuckert / PR/ Flickr/Divulgação)
Repórter de finanças
Publicado em 17 de junho de 2024 às 08h42.
Os mercados internacionais operam sem direção definida na manhã desta segunda-feira, 17. Nos Estados Unidos, após os índices em Nova York encerrarem a sexta-feira, 14, em níveis recordes pelo quarto dia seguido, no pré-mercado, Dow Jones e S&P 500 recuam, enquanto Nasdaq sobe. Na Europa, as bolsas abriram em leve alta, após uma semana turbulenta devido às incertezas políticas. Às 8h03, o índice francês PCAC 40 subia 0,32% em Paris, depois de sofrer um tombo de mais de 6% na semana anterior.
Na Ásia, após dados da produção industrial chinês virem abaixo do esperado, os mercados fecharam majoritariamente em queda. Por aqui, em semana de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em que a expectativa é a manutenção da Selic em 10,50%, o Ibovespa futuro opera em leve alta, após perder os 119 mil pontos no intraday da última sessão.
O mercado acompanha as movimentações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus ministros depois de uma desconfiança instalada entre investidores em relação à força do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Na semana passada, o mercado recebeu mal a devolução do Senado da medida provisória (MP) elaborada por Haddad que limitava a compensação de crédito do PIS/Cofins para a manutenção da política de desoneração da folha de empresas e municípios até 2027. Haddad disse não ter "plano B" para compensar a desoneração depois da devolução da MP.
Nesta segunda, em uma tentativa de contornar o risco fiscal, Lula se reúne com ministros do Conselho Orçamentário. Além de Haddad, o colegiado é formado pela ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), ministra da Gestão, Esther Dweck (PT) e pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). Em entrevista no sábado a jornalistas no sul da Itália, 15, Lula mudou o tom e admitiu a possibilidade de rever despesas, desde que o ajuste não recaísse “sobre os mais pobres”.
O Banco Central (BC) divulgou, às 8h25, o Boletim Focus desta semana. O destaque fica para a alta da Selic para 2024, de 10,25% para 10,50%, e para 2025, de 9,25% para 9,50%. Em 2026 e 2027, o BC manteve os juros em 9%.
Outro ponto de atenção foi a elevação, pela sexta semana consecutiva, do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2024, de 3,90% para 3,96%. Já o IPCA para 2025 foi elevado pela sétima semana consecutiva, subindo de 3,78% para 3,80%. A inflação para 2026 e 2027 se manteve em 3,60% e 3,50%, respectivamente.
A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024, por sua vez, caiu de 2,09% para 2,08%. Já o PIB de 2025, 2026 e 2026 se manteve em 2%. As projeções do câmbio tiveram altas consideráveis em suas medianas: de R$ 5,05 para R$ 5,13 (2024), de R$ 5,09 para R$ 5,10 (2025), de R$ 5,10 para R$ 5,12 (2025) e R$ 5,11 para R$ 5,15 (2027).
O Escritório Nacional de Estatísticas da China (NBS) divulgou, nesta segunda, que a produção industrial chinesa subiu 5,6% em maio em relação a igual período do ano passado. O resultado veio abaixo do esperado por analistas consultados pela FactSet, de avanço de 6%. As vendas no varejo chinês, por sua vez, avançaram 3,7% na comparação anual de maio, levemente abaixo da projeção da FactSet, de 3,8%.
Ainda de olho na China, o NBS divulgou que as vendas de novas moradias sofreram queda anual de 30,5% entre janeiro e maio deste ano, frente ao mesmo período de 2023. O resultado, no entanto, aponta para uma leve melhora no mercado imobiliário chinês em relação à queda de 31,1% nas vendas observada entre janeiro e abril.