Radar: mercado avalia resultados de Nvidia (David Paul Morris/Bloomberg/Getty Images)
Repórter de finanças
Publicado em 29 de agosto de 2024 às 08h44.
Os mercados internacionais operam majoritariamente em alta na manhã desta quinta-feira, 29. Após abrir com ganhos limitados, as bolsas da Europa estenderam os ganhos e sobem na sessão. Nos Estados Unidos, o movimento foi similar: os índices futuros operavam em queda, mas inverteram o sinal e avançam. Na Ásia, as bolsas fecharam mistas, mas tendendo mais para o lado negativo, repercutindo os números de Nvidia (NASDAQ: NVDA), que parecem ter desagradado o mercado.
O pregão de hoje será marcado pela repercussão do balanço da gigante de semicondutores, Nvidia, divulgado na noite anterior. Apesar do resultado ter sido bom, ele não foi espetacular, o que frustrou o mercado. Isso porque a companhia vem sendo conhecida por sempre ultrapassar as projeções em margens maiores.
Segundo analistas consultados pela Reuters, parece que a "barra foi definida um pouco alta demais nesta temporada". A exemplo, a Nvidia alcançou R$ 30 bilhões de receitas no trimestre encerrado em 28 de julho, acima das expectativas de analistas consultados pela FactSet de R4 28,7 bilhões.
O número da receita representa um avanço de 122% na comparação anual. Entretanto, nos últimos três trimestres, a Nvidia registrou um crescimento de receita de mais de 200%. Por conta disso, as ações despencaram quase 8% após o fechamento da sessão. Na madrugada desta quinta-feira, a tendência de baixa seguiu no pré-mercado, com as ações chegando a cair 4,7% nos EUA. Às 8h12, o recuo era de 3,76%.
Para além dos resultados, o guidance também pode ter frustrado os investidores. A Nvidia estimou que sua receita para o terceiro trimestre deve ficar em US$ 32,5 bilhões, acima da média da LSEG que esperava um guidance de US$ 31,77 bilhões, mas aquém de outras projeções mais otimistas.
Como esperado pelo mercado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou a indicação do atual diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, para a presidência do Banco Central (BC). O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), ao lado de Galípolo. A expectativa é que a sabatina aconteça no dia 17 de setembro.
Galípolo substituirá Roberto Campo Neto a partir de janeiro de 2025. Entretanto, nos quatro últimos meses restantes, é comum que ambos trabalhem mais em conjunto em uma transição.
O nome da autoridade já era especulado há tempos no mercado, o que gerou certas dúvidas sobre a condução da política monetária. Isso porque Galípolo e os demais diretores do BC já indicados pelo PT divergiram e perderam dos demais na votação que decidiu reduzir o ritmo de cortes de juros.
Entretanto, depois dessa decisão dividida – que culminou na mudança da meta fiscal pelo governo – os dirigentes do BC alinharam as próximas decisões e discursos. Nos eventos seguintes, Galípolo inclusive veio à público com um tom mais duro, enfatizando que se for necessário, a autarquia subirá juros – fato que não agrada o presidente Lula.
Com isso, o mercado parece ter recuperado parte da confiança na autoridade. Entretanto, ainda avalia se a postura mais dura irá permanecer.
De olho na agenda de indicadores, os Estados Unidos divulgam, às 9h30, a segunda revisão do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre de 2024. Segundo estimativas da Genial Investimentos, a nova leitura do PIB anualizado no período não terá mudanças e permanecerá em 2,8% na comparação trimestral.
Já às 10h15 serão divulgados os novos pedidos de seguro-desemprego semanais. As estimativas da Genial é que o país tenha registrado 232.000 solicitações ante os mesmos 232.000 da semana anterior.