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Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2012 às 13h50.
O mercado acionário dá mostras de que pode repetir o bom desempenho do ano passado, quando sete companhias ofertaram ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A Renar, terceira maior produtora de maçãs do país, é a primeira empresa a abrir capital em 2005, ao emitir 10 milhões de ações ordinárias e captar 16 milhões de reais.
O bom momento do mercado acionário estimulou a companhia catarinense a fazer a oferta. Segundo Willy Egon Frey, presidente do Conselho de Administração e filho do fundador, o ingresso na Bovespa já era estudado pela Renar há cinco anos, mas o cenário desfavorável do mercado e da economia fizeram com que a empresa adiasse seus planos. "Agora, com o incentivo fiscal ao investidor em ações e a boa situação do mercado, as ações tendem a se valorizar mais que as outras aplicações", diz.
Comparada às operações de 2004, a emissão da Renar é pequena. Em sua estréia, a Natura, por exemplo, captou 678 milhões de reais e a Gol, 284 milhões de dólares. Mas, para o presidente da Bovespa, Raymundo Magliano Filho, o significado da entrada da Renar para o pregão é maior que o volume com que ela se lançou no mercado. "A operação mostra a capilaridade da Bovespa, acessível a empresas de todos os portes", diz.
Fundada em 1963 no município catarinense de Friburgo, a Renar responde por cerca de 2,5% da produção nacional de maçãs. No ano passado, a companhia colheu 38 mil toneladas da fruta. Até setembro (últimos dados disponíveis), o faturamento havia atingido 44 milhões de reais. Os líderes do setor são a Fischer, responsável por 10% da produção brasileira, e a Schio, que domina 7% do setor.
De acordo com o diretor-presidente da Renar, Roland Brandes, as ações vendidas ao mercado equivalem a 25% do capital da companhia. O dinheiro será usado para reforçar a atuação da empresa no mercado externo, para onde vai 40% de sua produção. O maior mercado da Renar é a Europa, que absorveu 14 545 toneladas no ano passado. "Agora, queremos abrir mercados na Ásia e na América do Norte", afirma Brandes.
Parcerias
Para consolidar o perfil exportador, a Renar investirá numa estratégia de parcerias com outros produtores. Dos 16 milhões de reais captados na emissão, 8,1 milhões serão usados na compra de maçãs de terceiros para exportação. "Poderíamos expandir nossa base plantada, mas percebemos que o melhor caminho seriam as parcerias", diz Brandes.
A Renar possui 1 000 hectares reservados para plantação de maçãs. Do total, 750 hectares estão efetivamente em uso, ocupados por 1,6 milhão de macieiras. De acordo com o executivo, até 2003, 97% das frutas comercializadas pela Renar vinham de plantações próprias. O objetivo, agora, é reduzir esse percentual, permitindo o crescimento da empresa sem a imobilização de ativos em terras e gastos com a produção.