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Relatório Jolts, CPI da zona do euro, arrecadação no Brasil e Haddad: o que move o mercado

Os mercados globais também repercutem as informações do Washington Post de que Trump poderia adotar uma política tarifária mais leve

Radar: ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou uma possível intervenção no câmbio através do IOF (Ton Molina/NurPhoto/Getty Images)

Radar: ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou uma possível intervenção no câmbio através do IOF (Ton Molina/NurPhoto/Getty Images)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 7 de janeiro de 2025 às 08h30.

Última atualização em 7 de janeiro de 2025 às 10h22.

O mercado abre a terça-feira, 7, repercutindo a reportagem do Washington Post indicando que Donald Trump poderia implementar tarifas mais seletivas, focadas em setores estratégicos, como defesa e energia, em vez de medidas amplas sobre todas as importações.

A possibilidade do novo governo ser mais “leve” foi refutada por Donald Trump em postagem nas redes sociais. O republicano desmentiu a informação, chamando-a de "Fake News" e assegurou que não haverá abrandamento em sua política de tarifas.

As especulações fizeram o dólar recuar por aqui em sua maior queda diária desde agosto, fechando com um recuo de 1,13%.

Entrevista com Haddad

Investidores também acompanham hoje a entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao programa Estúdio i, na GloboNews, a partir das 13h30.

O bate-papo ocorre um dia após o ministro ter negado que o governo debate a possibilidade de elevar o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), que incide nas operações de saída de dólares do Brasil, como uma eventual medida para conter a alta no preço da moeda estrangeira.

"A questão do dólar, a gente precisa entender isso. Tem um processo de acomodação natural. Nós tivemos um estresse no final do ano passado, no mundo todo. Tivemos um estresse também no Brasil. E hoje mesmo o presidente eleito dos Estados Unidos [Donald Trump] deu declarações de moderação em relação às propostas feitas durante a campanha. É natural que as coisas se acomodem", disse Haddad a jornalistas.

Ele também negou que não existe qualquer discussão sobre mudar o atual regime de câmbio flutuante.

Relatório Jolts e CPI da zona do euro

Na agenda de indicadores, o relatório Jolts será divulgado às 12h pelo Departamento de Trabalho Americano. A pesquisa mensal, que mede o volume de vagas de emprego, contratações e demissões nos Estados Unidos, deve trazer pistas sobre o payroll, relatório de emprego do setor privado não-agrícola, que sairá na sexta-feira, 10.

Os números de empregos também colaboram para o mercado entender como será os próximos passos do Federal Reserve (Fed, banco central americano). Ao que tudo indica, neste ano, a autoridade monetária tende a estar mais cautelosa nos cortes de juros, devido à inflação ainda resiliente e ao novo mandato de Donald Trump, que promete uma agenda inflacionária.

Também às 12h, o PMI de serviços e composto de dezembro medido pelo Institute for Supply Management (ISM). Na semana passada, o ISM divulgou o PMI da indústria, que avançou para 49,3 em dezembro, frente às expectativas que apontavam para 48,4 e ante os 48,4 em novembro.

Antes, o Fed boy Thomas Barkin (Richmond) fala às 10h. Na sequência, às 10h30, o Departamento do Comércio divulga a balança comercial dos EUA em novembro.

Na Europa, o destaque é o Índice de Preços ao Consumidor de junho (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro (prévia), divulgado às 7h pela Eurostat. Segundo a agência europeia de estatísticas, a inflação anual em dezembro subiu 2,4%, dentro do previsto e maior do que no mês anterior (+2,2%).

O núcleo do CPI subiu 2,7% na mesma comparação anual de dezembro e repete a mesma alta de novembro. Tanto o núcleo como a inflação cheia estão acima da meta do Banco Central Europeu (BCE) de 2%. A taxa de desemprego ficou em 6,3% em novembro, como esperado, e mantém estabilidade. Os números devem mostrar que a economia não está desacelerando tão rápido quanto o temido.

Arrecadação no Brasil

Por aqui, as atenções se voltam para a arrecadação federal de novembro, que será divulgada pela Receita às 10h30 e comentada em coletiva às 11h. Segundo a mediana do Broadcast, a estimativa é que de R$ 209,6 bilhões, após R$ 247,92 bilhões em outubro, melhor resultado para o mês na série histórica.

As estimativas do mercado, no entanto, variam de R$ 148,6 bilhões a R$ 227,3 bilhões. Caso a projeção do Broadcast se concretize, haverá ganho real de 11,4%, ajustado pela inflação, em comparação com novembro de 2023. O aumento deve ser novamente puxado pelo crescimento da atividade econômica.

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