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Relatório de inflação do BC faz juros recuarem

Em seu relatório, o BC citou a estabilidade das condições monetárias por período "suficientemente prolongado"


	Banco Central: o mercado futuro de juros também segue atento às negociações para evitar o abismo fiscal nos EUA
 (Divulgação/Banco Central)

Banco Central: o mercado futuro de juros também segue atento às negociações para evitar o abismo fiscal nos EUA (Divulgação/Banco Central)

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2012 às 09h50.

São Paulo - Na última atualização do ano das previsões para a economia brasileira, dentro do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o Banco Central elevou a projeção para a inflação em 2012, mas reduziu levemente para 2013. A expectativa para o crescimento da economia é menor para este ano e maior para o ano que vem. Paralelamente, o BC citou a estabilidade das condições monetárias por período "suficientemente prolongado". Diante desses sinais, as taxas futuras de juros iniciam o dia em baixa.

O gerente de renda fixa da Leme Investimentos, Paulo Petrassi, esperava um Banco Central mais cauteloso. "A situação da inflação requeria mais cautela. Esperava um BC mais vigilante. As previsões podem dar margem para o mercado vender taxa, ao entender que o BC não está tão preocupado com a inflação quanto deveria", avalia. Para ele, o relatório provoca queda mais acentuada as taxas de curto prazo.

No relatório, conforme o cenário de referência, o IPCA em 2012 subiu de 5,2% para 5,7%; enquanto o IPCA em 2013 caiu de 4,9% para 4,8%. O IPCA para 2014 é estimado em 4,9%. No cenário de mercado, o IPCA em 2012 também subiu de 5,2% para 5,7%; e em 2013 avançou de 4,8% para 4,9%. O IPCA 2014 no cenário de mercado é de 4,8%.

Flávio Serrano, economista-sênior do Besi Brasil, ressalta que, embora o relatório do BC cite a estabilidade das condições monetárias, menciona inflação em 4,9% em 2014. "Os 4,9% não me parecem convergência, porque está acima do centro da meta. Isso é contraditório", afirma, ponderando que "o Banco Central sempre leva em conta um balanço de riscos".

Ao mesmo tempo, Serrano chama a atenção para a repetição de que o BC espera estabilidade no preço da gasolina para 2013. O economista lembra que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quarta-feira (19) que a gasolina subirá no próximo ano. "Se o reajuste for efetivado, pode haver revisão para cima das projeções de inflação na próxima atualização", completa.


A autoridade também informou que a probabilidade estimada de a inflação ultrapassar o limite superior da meta de inflação em 2013 caiu de 13% para 12% no cenário de referência. Petrassi alerta: "Com a probabilidade de melhora no ambiente internacional e na atividade doméstica, a chance de estouro é maior que 13%".

Quanto ao crescimento da economia, o Banco Central revisou para baixo sua projeção para o crescimento do PIB em 2012, de 1,6% para 1,0%. A nova estimativa incorpora os resultados divulgados pelo IBGE para os três primeiros trimestres deste ano e as estatísticas disponíveis sobre o terceiro trimestre do ano. O Banco Central também previu que o crescimento será de 3,3% nos 12 meses encerrados em setembro do ano que vem, ressaltando que essa estimativa é 2,4 ponto porcentual maior que o registrado, pela mesma forma de comparação, no terceiro trimestre deste ano.

Por volta das 9h55, na BM&FBovespa, o DI com vencimento em janeiro de 2014 projetava taxa de 7,06%, na mínima, de 7,08% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2015 tinha taxa de 7,66%, de 7,69% na véspera; e o DI para janeiro de 2016 apontava 8,16%, de 8,20% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2017 tinha taxa de 8,46%, na mínima, ante 8,50%, e o DI com vencimento em janeiro de 2021 projetava 9,18%, de 9,20%.

O mercado futuro de juros também segue atento às negociações para evitar o abismo fiscal nos EUA. Os mercados internacionais mostram cautela antes da votação do "plano B", de John Boehner, na Câmara dos Representantes do país. O presidente dos EUA, Barack Obama, já ameaçou vetar o plano.

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