Os dados do emprego nos Estados Unidos são o destaque da próxima semana (Justin Sullivan/Getty Images/AFP)
Da Redação
Publicado em 29 de outubro de 2012 às 05h00.
São Paulo - As atenções dos investidores na última semana de setembro estarão voltadas aos Estados Unidos. Às vésperas da campanha presidencial, serão divulgados dados importantes sobre a economia americana: confiança do consumidor (terça, dia 30), relatório de emprego e taxa de desemprego (ambos na sexta, dia 2).
Segundo os analistas da Coinvalores, Bruno Piagentini e Marco Barbosa, a expectativa é que os dados de emprego venham um pouco melhores, “seguindo a trajetória da melhora lenta e gradual da recuperação na economia”, dizem.
Esses dados recebem mais atenção ainda com a proximidade das eleições para presidente e o reaquecimento da discussão sobre o “fiscal cliff”, ou “penhasco fiscal”- os incentivos fiscais promovidos pelo governo federal para lidar com a crise vencem no final do ano e podem ter grande impacto nas empresas e famílias americanas.
Em relação ao número de postos de trabalho criados, a expectativa média da Bloomberg é de 120 mil novos empregos (em setembro foram 114 mil). Já a taxa de desemprego deve aumentar ligeiramente passando de 7,8% para 7,9%. Em agosto, o indicador estava em 8,1%.
China
Na China, a divulgação da sondagem industrial de outubro na quinta-feira, dia 1º, vai ser vista com atenção no mundo e especialmente no Brasil. “Como a China está passando por um momento de arrefecimento da economia há alguns meses, o PMI vai ser importante pra guiar as expectativas sobre se a desaceleração chinesa será drástica ou não” diz Bruno, que acredita que o pouso será suave.
Para o Brasil, uma melhora na atividade industrial chinesa é positiva principalmente para a exportação de minério de ferro. As indústrias chinesas são as maiores compradoras da commodity, que nos últimos meses atingiu seus preços mais baixos. De acordo com a expectativa média da Bloomberg, se espera uma leve atividade com o PMI passando dos 49,8 para 50,3 pontos.
Brasil
No Brasil, a Bovespa tende a repercutir a agenda externa. Há ainda a divulgação de produção industrial e inflação, mas o foco deve estar na apresentação dos balanços trimestrais das empresas. Segundo os analistas, as expectativas são boas. “Os prognósticos estão sendo melhores que as nossas perspectivas anteriores”, afirmam.
Na segunda, dia 29, Fibria, Oi e OSX divulgam seus resultados. Na terça, Marisa, Itaúsa, Renner e Sul America. Já na quarta-feira é a vez de Ambev, Arezzo, Banco do Brasil, BR Malls, TIM e Souza Cruz. E na quinta-feira, dia 1º de novembro, Eletropaulo e Gerdau apresentam seus balanços trimestrais.
Europa
Na Europa, o foco estará mais em questões políticas do que em indicadores econômicos, visto que a situação econômica já está precificada. Segundo Piagentini e Barbosa, a expectativa é de que a Espanha peça socorro à União Europeia nos próximos dias.
A divulgação da taxa de desemprego na zona do euro (divulgado na quarta-feira, dia 31) também deve chamar a atenção com seus resultados que não devem ser animadores.