Imagem da Bolsa de Valores de Frankfurt: a desvalorização era generalizada nas principais bolsas europeia. Frankfurt perdia 1,45% (©AFP / Daniel Roland)
Da Redação
Publicado em 6 de julho de 2015 às 06h26.
São Paulo - As bolsas europeias e o euro operam em forte baixa em pouco mais de uma hora de negócios, depois de mais de 61% dos eleitores na Grécia terem votado "não" às novas medidas de austeridade propostas pelos credores internacionais do país em plebiscito realizado ontem.
Para analistas, a rejeição do povo grego vai dificultar as futuras discussões de Atenas com seus credores. "O risco de um resultado negativo (para a Grécia) cresceu de forma concreta", avaliou Francis Yared, estrategista do Deutsche Bank. Já economistas do BNP Paribas preveem "incertezas significativas" nas próximas 48 horas. O maior temor é que a Grécia acabe deixando a zona do euro.
As perdas das ações na Europa, porém, são contidas pelo anúncio de que o ministro de Finanças grego, Yanis Varoufakis, vai renunciar ao cargo para ajudar seu país a fechar um acordo de resgate com os credores, que incluem a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
A saída de Varoufakis é um "evento muito positivo", segundo Demetrios Efstathiou, estrategista do ICBC Standard Bank. "O ministro de Finanças grego havia perdido a confiança dos parceiros na zona do euro e as negociações serão 'um tanto mais fáceis' sem ele", disse Efstathiou.
Líderes europeus e o Eurogrupo - formado por ministros de Finanças da zona do euro - convocaram reuniões para esta terça-feira para discutir a questão grega.
Às 5h16 (de Brasília), a desvalorização era generalizada nas principais bolsas europeias: Paris recuava 1,77%, Frankfurt perdia 1,45%, Londres caía 1,00%, Milão tinha queda de 2,86% e Madri, de 2,00%. A bolsa grega ficou fechada na semana passada e não deverá reabrir até amanhã, assim como os bancos do país. No câmbio, o euro recuava a US$ 1,1074, de US$ 1,1104 no fim da tarde de sexta-feira.
Nos mercados de bônus, os juros de papéis de países europeus considerados periféricos subiam levemente. Na categoria de 10 anos, o rendimento dos bônus italianos e espanhóis avançava cerca de 5 pontos-base, a 2,305% e 2,27%, respectivamente, após atingir cerca de 2,40% mais cedo. Com informações da Dow Jones Newswires.