Bitcoin desabou até 92,6% no dia 11 de janeiro na plataforma sul-coreana Bithumb (Benoit Tessier/Reuters)
EFE
Publicado em 19 de janeiro de 2018 às 09h47.
Seul - O ente regulador financeiro sul-coreano está investigando um dos seus funcionários que obteve grandes lucros com a venda das suas reservas de bitcoin dois dias antes de o governo anunciar seu plano de restringir o comércio com criptomoedas.
O governador do Serviço de Supervisão Financeira (FSS), Choe Heung-sik, disse durante um discurso no parlamento, divulgado nesta sexta-feira pelo jornal "Chosun Ilbo", que o organismo está investigando um membro do departamento que supervisiona as políticas sobre moedas digitais por supostamente ter aproveitado sua posição para especular.
O funcionário tinha investido 13 milhões de wons (US$ 12 mil) em bitcoin desde julho do ano passado e obteve um ganho de 7 milhões de wons (US$ 6,5 mil) com a operação, aproveitando a forte queda do preço da criptomoeda após o anúncio do governo, disse Choe em uma reunião de emergência da Assembleia Nacional nesta quinta-feira.
O ministro sul-coreano do Escritório de Coordenação de Políticas Governamentais, Hong Nam-ki, revelou, por sua parte, que ordenou investigar dois funcionários por supostamente usar informação confidencial do mesmo modo, mas não esclareceu se um dos envolvidos é o funcionário do FSS, informou o jornal "Joongang".
O bitcoin desabou até 92,6% no dia 11 de janeiro na plataforma sul-coreana Bithumb, depois que o ministro da Justiça, Park Sang-ki, declarou que o governo trabalha em um regulamento mais estrito das moedas digitais e que também estaria cogitando a proibição do comércio de criptomoedas.
A notícia afetou outros mercados como o dos Estados Unidos, onde a queda foi menor, de até 14% na plataforma Bitstamp.
A cotação do bitcoin se recuperou nos últimos dias depois que o ministro de Finanças, Kim Dong-yeon, opinou que a proibição das criptomoedas necessita ser melhor analisada.