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Reforma tributária, plano de reestruturação da Gol e IPCA: o que move o mercado

Mercado espera que texto da reforma seja votado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na quarta-feira, 11

Radar: mercado espera que reforma tributária seja votada pela CCJ amanhã (Lula Marques/Agência Brasil)

Radar: mercado espera que reforma tributária seja votada pela CCJ amanhã (Lula Marques/Agência Brasil)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 10 de dezembro de 2024 às 08h17.

Os mercados internacionais operam majoritariamente em queda na manhã desta terça-feira, 10. Na Europa, os mercados acompanham as bolsas da Ásia, que fecharam em queda à medida que o entusiasmo com a mais recente promessa de estímulo da China diminui. Investidores também aguardam a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) no final desta semana. Nos Estados Unidos, os índices futuros recuam na véspera da divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês).

Mudanças no texto da reforma tributária

O mercado também acompanha o andamento da reforma tributária. Na manhã desta última segunda-feira, 9, o relator da reforma tributária, senador Eduardo Braga (MDB-AM), divulgou o parecer sobre o projeto de lei nº 68 de 2024.

O texto manteve a cesta básica ampliada com isenção tributária, incluindo carnes e queijos e retirando apenas o óleo de milho. Além disso, o relatório aumentou o cashback para a população de baixa renda, contemplando gás de cozinha, energia elétrica, água, esgoto, telefone e internet. A devolução será de 100% em alguns itens essenciais.

As alterações de Braga também incluem um acréscimo de 0,13 ponto percentual na alíquota padrão, que pode chegar a 28,12%. O impacto ocorre devido às mudanças realizadas pela Câmara dos Deputados. Entretanto, o relator confia que a redução da sonegação fiscal diminuirá a alíquota a longo prazo.

O texto está previsto para ser votado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na quarta-feira, 11. Investidores aguardam com bastante ansiedade à votação, num momento em que a credibilidade com o governo está abalada.

Porém, um impasse em relação à liberação do pagamento das emendas parlamentares ajuda a atrasar a tramitação da reforma e incomoda mais ainda um Congresso já insatisfeito.

Gol vai protocolar plano de reestruturação

A Gol (GOLL3) informou, na noite desta segunda-feira, que protocolará um plano de reestruturação sob o Chapter 11, nos Estados Unidos, marcando mais um passo no processo de recuperação judicial iniciado em janeiro deste ano.

O plano prevê um aporte significativo de capital para sustentar suas operações e vem na sequência de um acordo entre sua controladora Abra (holding da Avianca) e os credores quirográficos.

A proposta busca reduzir o endividamento da empresa, com a possibilidade de converter ou extinguir até US$ 2,55 bilhões em dívidas, além de levantar até US$ 1,85 bilhão em novo capital, dos quais até US$ 330 milhões poderão ser por emissão de ações a novos investidores.

Até 30 de setembro, a companhia aérea reportava uma dívida líquida total de R$ 27,6 bilhões e um prejuízo líquido de R$ 830 milhões no trimestre.

IPCA

De olho na agenda de indicadores, o destaque do dia é a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro às 9h pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A Monte Bravo estima que o índice apresente uma alta mensal de 0,37%, refletindo o aumento dos preços de alimentos, passagens aéreas e o impacto da depreciação cambial.

“Essas pressões, no entanto, serão parcialmente mitigadas pela mudança da bandeira tarifária de energia elétrica de vermelha 2 para amarela, além das promoções da Black Friday, que devem influenciar a inflação de bens”, informam em nota.

No acumulado em 12 meses, o IPCA deve acelerar de 4,8% em outubro para 4,9% em novembro, ultrapassando o teto da meta de 4,5% estabelecida para este ano.

Segundo a corretora, os núcleos de inflação devem permanecer em um nível desconfortável, acima da meta, com a variação acumulada em 12 meses atingindo 4,2% em novembro. O núcleo de bens, em particular, deverá sentir os efeitos da recente depreciação cambial.

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