São Paulo – As ações da empresa de meios de pagamento eletrônicos Redecard (RDCD3) operam com forte alta no pregão desta quinta-feira (28) na BM&FBovespa. Os papéis atingiram a máxima de 26,69 reais, o que significa um avanço de 6,76%. No acumulado do mês, os papéis da empresa registram alta de 11,31% e, no ano, o avanço é de 29,53%.

A companhia divulgou ontem um resultado que superou as estimativas do mercado. O lucro líquido de 322,6 milhões de reais, que embora represente uma queda de 13,9% em relação aos 374,6 milhões de reais alcançados um ano antes, veio acima da previsão média de 288 milhões de reais estipulada por analistas consultados pela Reuters.

“O resultado da Redecard veio bastante forte em nossa opinião, já que conseguiu converter tendências que pareciam ser consenso de mercado”, destaca Francisco Ferrazi Kops, analista da Planner Corretora. “Estamos revisando nosso modelo de Redecard, porém possuímos um viés positivo para empresa no curto/médio prazo”, acrescenta.

A Redecard capturou 354,8 milhões de transações em cartão de crédito, um crescimento de 24,4% ante o mesmo período do ano passado, com volume financeiro de 37,5 bilhões de reais. “Os volumes de transações, em linha com nossas estimativas, ficaram significativamente acima dos da Cielo, indicando ganhos contínuos de participação de mercado”, avalia Paulo Ribeiro, analista do HSBC.

Para Letícia Campos e Priscila Francisco, analistas do BB Investimentos, outros pontos em destaque que tornaram o resultado da Redecard “bastante positivo” são: o leve aumento no MDR - taxa de desconto cobrada dos estabelecimentos credenciados; a expansão no faturamento e a manutenção dos níveis de custos e despesas.

O BB Investimentos possui a recomendação market perform (performance igual à média do mercado) para as ações ordinárias da Redecard. O preço-alvo estipulado é de 26,80 reais em 12 meses, o que representa um potencial de valorização de 7,20% frente à cotação de 25 reais vista no último pregão.

Outra visão

Na contramão, o analista Leonardo Zanfelicio da Concórdia Corretora classificou o resultado da Redecard como fraco, “com destaque negativo para as operações de antecipação de recebíveis, que vieram abaixo do esperado”. Segundo o analista, a empresa sinalizou que não deverá ser mais tão agressiva como ocorreu nos últimos quatro trimestres.

Zanfelicio optou por reduzir a recomendação para as ações ordinárias da Redecard de compra para manter, e justificou que a forte evolução das ações da companhia ao longo de 2011 diminuíram o potencial de valorização diante do preço-alvo estipulado por ele: de 26,99 reais até dezembro deste ano.