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Rebaixamento do País afetaria Petrobras, diz executivo

O rebaixamento poderia afetar a captação de recursos, não em termos de volume - "a liquidez está lá" - mas em termos de custo


	Plataforma P-52, da Petrobras: executivo diz que a Petrobras utiliza indicadores usados pelas agências e tem tomado medidas de forma a manter a nota
 (Ricardo Stuckert/Presidência da República)

Plataforma P-52, da Petrobras: executivo diz que a Petrobras utiliza indicadores usados pelas agências e tem tomado medidas de forma a manter a nota (Ricardo Stuckert/Presidência da República)

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2013 às 11h34.

Rio - O gerente-executivo da área Financeira da Petrobras Jorge José Nahas, disse nesta segunda-feira, 02, durante palestra no seminário "Reavaliação do Risco Brasil", no Rio, que "contar com mercado financeiro é fundamental para a Petrobras".

Nahas comentou o efeito de um hipotético rebaixamento da nota de classificação de risco do Brasil por agências internacionais, um dos temas debatidos no evento. Segundo ele, o rebaixamento teria efeito catastrófico, especialmente para as grandes empresas, incluindo a Petrobras.

O rebaixamento poderia afetar a captação de recursos, não em termos de volume - "a liquidez está lá" - mas em termos de custo.

Segundo o gerente-executivo, a empresa tem limites internos (de endividamento) que são perseguidos de forma a manter "um investment grade sólido". Hoje, lembrou, as três grandes agências classificam a Petrobras como grau de investimento, o que considerou uma posição confortável que a empresa trabalha para manter.

O executivo diz que a Petrobras utiliza indicadores usados pelas agências e tem tomado medidas de forma a manter a nota.

Entre elas, citou a manutenção de um caixa mínimo adequado, para não sofrer surpresas com um eventual fechamento do mercado, bom relacionamento com o mercado financeiro internacional, diversificação de fontes de financiamento e transparência e governança.


Agnelli

A possibilidade de o Brasil perder o grau de investimento também preocupa o ex-presidente da Vale, Roger Agnelli, para quem as atuais incertezas em torno dos rumos da economia brasileira deixam o País em posição mais fragilizada.

"Quando se tem a possibilidade, mesmo que remota, de perder o grau de investimento, temos a obrigação de acender o sinal amarelo, roxo ou preto. Precisamos agir antes que isso se torne realidade, porque o preço (para o País), se acontecer, não é baixo", alertou, durante palestra no mesmo evento.

O empresário lembrou que um rebaixamento significa elevação no custo de capital, o que, segundo ele, seria "cruel" para o País nesse momento. "O custo de capital afeta decisões de projetos e investimentos em infraestrutura", ressaltou.

Agnelli pondera que investimentos em infraestrutura são de longo prazo, que necessitam de um horizonte de maior clareza para serem levados adiante.

Uma das estratégias para evitar uma perda de rating seria o governo dar mais transparência aos projetos na área fiscal e cumprir promessas. "Quando abro os jornais vejo notícias muito conflitantes. (...) Promessas precisam ser cumpridas e fazer novas promessas indicando onde se quer chegar", afirmou.

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