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Reação às eleições com Lula e Bolsonaro no 2º turno, crise no Credit Suisse e o que move o mercado

Bolsa brasileira sobe mais de 3% no exterior e volta a ser destaque no mercado internancional

Lula e Bolsonaro se enfrentam no 2º turno (Manuel Cortina/SOPA Images/Flickr)

Lula e Bolsonaro se enfrentam no 2º turno (Manuel Cortina/SOPA Images/Flickr)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 3 de outubro de 2022 às 07h44.

Última atualização em 3 de outubro de 2022 às 08h09.

O mercado deve reagir nesta segunda-feira, 3, ao resultado das eleições do fim de semana. A surpresa foi a força de políticos ligados à ala do presidente Jair Bolsonaro não capturada pelas pesquisas de intenção de voto. A formação de um Congresso mais bolsonarista que o esperado repercute entre investidores, assim como a menor distância entre o próprio Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve o maior número de votos na disputa presidencial, mas não conseguiu evitar um segundo turno.

As primeiras reações do mercado demonstram que, para o investidor, a sensação que ficou foi de copo meio cheio. O EWZ, ETF que representa a bolsa brasileira nos Estados Unidos, salta mais de 3% nesta manhã, indicando uma abertura em alta na B3. O movimento volta a destoar da maior cautela do cenário internacional. Na última sexta-feira, 30, o Ibovespa subiu mais de 2%, após a Veja noticiar que o ex-ministro Henrique Meirelles deve assumir a Fazenda em um eventual governo Lula.

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa destacou que a força de bolsonaristas no Congresso "pode trazer alguns aspectos fiscalmente positivos", mas reafirmou que a maior probabilidade é que dê Lula no segundo turno.

"A diferença entre Lula e Bolsonaro no primeiro turno ficou ao redor de 6 milhões a favor do petista. Isso significa que, se todos os eleitores de Lula e Bolsonaro confirmarem seus votos no segundo turno, para que Bolsonaro vença seria necessário que no mínimo 80% dos votos restantes fossem para o atual presidente", disse em nota. "Mas a força bolsonarista no Congresso deverá conter o ímpeto expansionista do eventual executivo de esquerda, sendo vista como positiva dada a complexa situação fiscal corrente."

A expectativa no mercado é de ambos os candidatos dêem mais detalhes sobre os planos econômicos durante os próximos dias até o segundo turno, em 30 de outubro. A maior atenção deve estar centrada em propostas relacionadas à âncora fiscal, já que o fim do teto de gastos já é dado como certo.

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Desempenho dos indicadores às 7h50 (de Brasília):

  • Dow Jones futuro (Nova York): + 0,61%
  • S&P 500 futuro (Nova York): + 0,40%
  • Nasdaq futuro (Nova York): - 0,02%
  • DAX (Frankfurt): - 0,56%
  • CAC 40 (Paris): - 0,86%
  • FTSE 100 (Londres): - 0,59%
  • Stoxx 600 (Europa): - 0,68%
  • Hang Seng (Hong Kong)*: - 0,83%

Cautela no exterior com payroll no horizonte

Além das incertezas internas, com a decisão presidencial prolongada por mais quatro semanas, o ambiente externo segue inóspito. O S&P 500, principal índice de Wall Street, fechou setembro com o pior desempenho mensal desde março de 2020, e segue cambaleante nos primeiros negócios de outubro, ainda no mercado de futuros.

A cautela não é para menos. A semana será marcada por dados do mercado de trabalho americano,que vem sendo considerado como o principal ponto para as políticas do Fed. O payroll, principal indicador, será divulgado na sexta-feira, 7. Mas na quarta, 5, já será divulgada uma prévia, com os números de criação de empregos privados do Instituto ADP.

Dados que reforcem a força do mercado de trabalho americano tendem a ter efeitos negativos no preço dos ativos, com investidores precificando um aperto monetário mais duro para controlar a inflação.

Inflação e alta de juros, porém, não são as únicas preocupações do mercado internacional, com a lista passando por guerra na Ucrânia, desaceleração na China, crise de energia na Europa e fiscal no Reino Unido. Como se já não fossem muitos os problemas atuais, um novo temor tem crescido como pano de fundo: uma crise em um dos maiores bancos da Europa e do mundo, o Credit Suisse.

Credit Suisse em crise

As ações do banco suíco desabam mais 7% nesta segunda-feira, 3, com desconfianças sobre a solidez financeira da instituição.

Executivos do Credit Suisse passaram o fim de semana tentando conter as preocupações de investisores, clientes e contrapartes, segundo o Financial Times, após o CDS,  ativo contra inadimplência do Credit Suisse, ter disparado na semana passada. Mas os esforços, mostram as ações do Credit Suisse, foram insuficientes. As preocupações crescem em meio aos planos de reestruturação do banco, que inclui demissões e encerramento de atividades especifícas ao redor do mundo.

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