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Reação à S&P é contida e leilões de câmbio estão funcionando

Nesta sessão, o BC anunciou um leilão de venda de dólares com compromisso de recompra --conhecido como leilão de linha-- de até 1,5 bilhão de dólares


	Standard and Poor's: "Os instrumentos swaps e leilões de linha estão funcionando bem", afirmou a fonte, ao ser questionada se o Banco Central poderia usar as reservas internacionais para oferecer dólares à vista, após o Brasil ter perdido o selo de bom pagador
 (Eric Piermont/AFP)

Standard and Poor's: "Os instrumentos swaps e leilões de linha estão funcionando bem", afirmou a fonte, ao ser questionada se o Banco Central poderia usar as reservas internacionais para oferecer dólares à vista, após o Brasil ter perdido o selo de bom pagador (Eric Piermont/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2015 às 16h35.

São Paulo - Os ativos brasileiros estão reagindo melhor que o esperado à perda do grau de investimento do país pela Standard & Poor's, e no câmbio os leilões de swap e de linha estão funcionando bem no mercado, que não está disfuncional ou sem liquidez, afirmou nesta quinta-feira uma importante fonte da equipe econômica à Reuters.

"Os instrumentos swaps e leilões de linha estão funcionando bem", afirmou a fonte, ao ser questionada se o Banco Central poderia usar as reservas internacionais para oferecer dólares à vista, após o Brasil ter perdido o selo de bom pagador pela agência de classificação de risco Standard & Poor's na véspera.

Nesta sessão, o BC anunciou um leilão de venda de dólares com compromisso de recompra --conhecido como leilão de linha-- de até 1,5 bilhão de dólares, o que ajudou a tirar pressão sobre a moeda norte-americana.

Logo no começo do dia, o dólar chegou a subir mais de 3 por cento ante o real, indo a 3,91 reais, maior nível durante os negócios desde 23 de outubro de 2002.

A divisa dos Estados Unidos perdeu força após a atuação do BC e, às 14h22, avançava pouco menos de 1 por cento, a 3,8352 reais na venda.

Na semana passada, o BC também fez um leilão de linha, oferecendo até 2,4 bilhões de dólares, mas não vendeu nada. Na última terça-feira, a autoridade monetária realizou outro, de até 3 bilhões de dólares, mas o resultado ainda não foi divulgado.

"O fato de o BC aparecer (no mercado) é mais importante... Vender (dólares no leilão de linha) é uma consequência", acrescentou a fonte, que pediu anonimato.

O BC resiste em usar os recursos das reservas internacionais, hoje na casa dos 370 bilhões de dólares, justamente para não alimentar a falta de confiança dos agentes econômicos.

Segundo a fonte, embora o rebaixamento da nota de crédito brasileira de "BBB-" para "BB+" pela S&P seja um fato novo, as causas para o rebaixamento não são: o cenário político e fiscal conturbado, além da fraqueza econômica.

Juros

Desde a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC na semana passada, quando a autoridade monetária interrompeu o ciclo de aperto monetário ao manter a taxa básica de juro Selic em 14,25 por cento ao ano, muitos fatores ocorreram, lembrou a fonte, sobretudo o avanço do dólar ante o real.

De acordo com a fonte, no entanto, as expectativas sobre a inflação ainda não se deterioraram, apesar de algum movimento de alta recentemente.

"O que temos é um balanço de risco: tem o câmbio que subiu de lá para cá, por outro lado tem a atividade (econômica) que está fraca", afirmou a fonte.

Pela ata do Copom divulgada no começo desta manhã, o BC detectou recente aumento de riscos que têm afetado os preços dos ativos e, por isso, reforçou a mensagem sobre a necessidade de uma postura vigilante, em meio ao período de ajustes na economia que pode ser mais longo e mais forte, abrindo o caminho para subir os juros básicos.

"O que é sinalizado é a função de reação, do compromisso (do BC) de levar a inflação para a meta em 2016", disse a fonte.

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