Petróleo e notas de dólar: para Goldman, alta dos preços foi 'precoce' (Thinckstock)
Anderson Figo
Publicado em 9 de março de 2016 às 16h10.
São Paulo - A retomada recente nos preços das commodities, que deu fôlego às principais Bolsas globais nos últimos dias, não passa de uma miragem. Pelo menos essa é a percepção do banco americano Goldman Sachs.
Em relatório enviado a clientes nesta semana, o Goldman diz que o aumento nos preços das matérias-primas foi "prematuro" e que os fundamentos que sustentariam uma alta contínua das cotações ainda patinam.
Depois de ter caído abaixo de US$ 30 em janeiro, no menor valor desde 2004, o barril de petróleo Brent (negociado em Londres e referência no setor) se recuperou e atingiu nesta semana a casa dos US$ 40.
Já o preço do minério de ferro voltou a subir fortemente, após ter registrado, em janeiro, seu menor nível desde 2009. Apenas na última segunda-feira (7), a commodity deslanchou 19%, para a casa dos US$ 63,70 por tonelada.
O grande problema do setor, segundo a equipe de análise do Goldman Sachs liderada por Jeffrey Currie, é que ele tem sido guiado pela oferta de matérias-primas.
São elementos muito delicados que podem influenciar essa conta, como as negociações entre países para frear a produção global de petróleo e a desaceleração da economia da China, que afeta diretamente a demanda mundial e causa excesso de oferta das commodities.
Por ora, os analistas defendem que uma alta sem fundamentos concretos dos preços das commodities apenas amplia o estresse do mercado financeiro e a chance de correções no futuro.
Mesmo alertando para ter cautela, eles citam algumas alternativas aos investidores do mercado de commodities, como o ouro, o cobre e o alumínio.
"Com os preços subindo significativamente e com o cenário estrutural para os metais básicos muito fragilizado, recomendamos aos produtores e investidores de longo prazo que comecem a implementar estratégias de hedge e que considerem ter posições de curto prazo em cobre e alumínio neste mês", disseram.