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Questionamentos sobre aumento de capital ameaçam potencial de alta de queridinha da bolsa

Ações de petrolífera 3R desabam na B3; analistas afirmam ter sido pegos de "surpresa" pelo anúncio da companhia

Market Analyze with Digital Monitor focus on tip of finger. (Jackyenjoyphotography/Getty Images)

Market Analyze with Digital Monitor focus on tip of finger. (Jackyenjoyphotography/Getty Images)

Publicado em 17 de abril de 2023 às 14h55.

Última atualização em 17 de abril de 2023 às 18h01.

Na bolsa desde 2020, a 3R Petroleum quebrou a resistência do mercado contra empresas que entraram na última janela de IPO e se tornou uma das queridinhas dos investidores.  De 13 recomendações colhidas pela plataforma TradeMap as 13 são de compra. Tamanho é o otimismo que o preço-alvo mais baixo para a ação, de R$ 58,40, sugere mais de 100% de potencial de alta. Pelo preço-alvo, de R$ 90, a ação ainda pode triplicar na bolsa.

Aumento de capital é mal recebido

Só que todo esse otimismo com a 3R deu lugar às dúvidas nesta segunda-feira, 17, após a empresa anunciar que fará um aumento de capital privado de R$ 600 a R$ 900 milhões. Analistas do Itaú BBA e Goldman Sachs, com recomendação de compra para o papel, admitiram que foram pegos de "surpresa" pelo anúncio e levantaram questionamentos sobre a necessidade da operação. As ações da 3R desabam mais de 10% nesta segunda, liderando as quedas do Ibovespa.

A 3R afirma que o aumento de capital é necessário para três objetivos principais: aumentar a posição de caixa; otimizar a estrutura de capital e reduzir alavancagem; e fazer frente às despesas e aos investimentos em bens de capital (CAPEX) da companhia.

Analistas questionam necessidade da operação

Mas analistas do Itaú criticaram a falta de uma explicação exata sobre o que será feito com os recursos levantados. "O anúncio de ontem nos pegou desprevenidos: não prevíamos que a 3R teria necessidade de capital extra no curto prazo, visto que a empresa já havia finalizado a captação de recursos para pagar a aquisição da Potiguar (...) Acreditamos que atualmente não está claro para a maioria no mercado se a empresa realmente precisa de capital", afirmaram em relatório.

Preço por nova ação

A precificação do aumento de capital privado também levantou suspeitas no mercado. O preço definido por ação, de R$ 24,45,  ficou 25,62% abaixo da cotação do último fechamento, de R$ 32,87. 

A companhia sustenta que o preço foi definido com base em um deságio de 20% sobre o preço médio por ação ponderado pelo volume dos últimos 30 pregões anteriores a 11 de abril, um dia antes de o Conselho da 3R aprovar a operação.

Fator diluição

Ainda antes da abertura do pregão, o Goldman Sachs avisou seus clientes de que tamanho desconto em relação à cotação em que o papel era negociado poderia causar uma reação negativa no pregão desta segunda. Outro fator que o Goldman Sachs antecipou que poderia ser mal recebido pelo mercado é o efeito diluição do aumento de capital.

Vale ressaltar que o aumento de capital por subscrição privada é destinado aos acionistas da empresa, que têm direito de preferência para que não tenham sua participação diluída. No caso do aumento de capital da 3R, os acionistas que não exercerem seu direito de preferência poderão sofrer diluição entre 15,34% e 10,78%, dependendo do tamanho do aumento de capital. 

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