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Questão de dias? A bolsa rumo aos 100.000 pontos

Alta de 4,7% em 2019 reflete otimismo com início de governo Bolsonaro. O risco está numa piora das perspectivas econômicas globais

Bovespa: bolsa registra altas sequenciais (Paulo Whitaker/Reuters)

Bovespa: bolsa registra altas sequenciais (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2019 às 06h10.

Última atualização em 18 de janeiro de 2019 às 06h35.

Rumo aos 100.000? É a pergunta que dominará as conversas de analistas e investidores nesta sexta-feira após mais um dia de fortes altas na bolsa brasileira, ontem. O índice Ibovespa atingiu novo recorde histórico ao subir 1% e fechar o pregão em 95.351 pontos, influenciado pelo otimismo com o novo governo de Jair Bolsonaro. A alta no ano chega a 4,7%. Desde a vitória de Bolsonaro a alta é de 14%.

A principal aposta é que o novo governo apresente nos próximos dias o projeto de Reforma da Previdência. O ministro da Economia, Paulo Guedes, pode antecipar as diretrizes do projeto já no fórum econômico de Davos, na próxima semana. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, uma mudança de regras pode levar a economias de 1 trilhão de reais nos próximos dez anos. Neste cenário de otimismo, a intensa disputa pela inclusão dos militares na conta fica para o segundo plano.

Para Marco Antonio Tulli, chefe da mesa de operações Bovespa da corretora Coinvalores, o principal índice acionário brasileiro deve alcançar os 100 mil pontos já em fevereiro. “Além das expectativas de que o governo Bolsonaro faça as reformas estruturais necessárias, os indicadores de conjuntura estão muito favoráveis. A inflação está comportada, os juros devem continuar baixos, e o PIB acelerou em novembro. A atividade deve avançar 3% neste ano. Não duvido que o Ibovespa alcance até 120 mil pontos neste primeiro semestre”, diz.

André Perfeito, economista-chefe da corretora Spinelli, afirma que o início de ano tem sido muito melhor que o previsto. Suas projeções iniciais eram de que o Ibovespa terminasse 2019 em 114.000 pontos. “Os juros de longo prazo estão baixos no Brasil. Se as reformas forem aprovadas, caem ainda mais. Se juros caem bolsa sobe, mesmo que a economia não esteja lá essas coisas”, diz.

O risco de médio prazo é que as perspectivas econômicas globais azedem, com o recrudescimento da guerra comercial entre China e Estados Unidos e as indefinições do Brexit e do shutdown nos Estados Unidos. Analistas calculam que a economia americana pode até fechar o trimestre em recessão caso a paralisação do governo avance março adentro. Até aqui, porém, as bolsas americanas vivem um estado de otimismo — desde o natal, o índice Dow Jones valorizou 12%.

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