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Quer se proteger da inflação? Veja a dica deste bilionário investidor

Sam Zell compara alta de preços com a dos anos 70 e releva preocupação sobre impressão de dinheiro

Sam Zell (David Paul Morris;/Bloomberg)

Sam Zell (David Paul Morris;/Bloomberg)

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Bloomberg

Publicado em 5 de maio de 2021 às 08h15.

Última atualização em 5 de maio de 2021 às 08h42.

O bilionário Sam Zell vê inflação por todos os lados e comprou ouro como hedge. A mesma estratégia usada por outros investidores que costumava criticar, diz.

“Obviamente, uma das reações naturais é comprar ouro”, disse em entrevista à Bloomberg Television. “É engraçado, porque passei minha carreira falando: por que você quer ter ouro? Não rende, custa para guardar. Mas, quando você vê a depreciação da moeda, diz, onde vou me segurar?”

Zell, de 79 anos, disse que está preocupado não apenas com o dólar, mas também com outros países que imprimem dinheiro, e questiona se a inflação será transitória como indicado na semana passada pelo presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.

“Estamos vendo em todo lugar”, disse Zell sobre a inflação. “Você lê sobre os preços da madeira, mas vemos isso em todos os nossos negócios. Os gargalos óbvios na cadeia de suprimentos puxam os preços para cima. Isso lembra muito os anos 70.”

Embora o ouro seja um investimento atraente, as oportunidades em combustíveis fósseis não são, disse Zell, que em 2019 formou uma joint venture com a Colony Capital, de Tom Barrack Jr., para investir em petróleo e gás.

“No momento, o preço do petróleo e do gás não reflete o risco do que está acontecendo, seja no mundo veículos elétricos, num mundo com mudança climática”, disse. “Há alguns anos, achei que a relação risco-recompensa era apropriada. Claramente se tornou muito inapropriada, pois nossa situação política mudou.”

Zell também disse que está preocupado com a possibilidade de a energia renovável prejudicar a confiabilidade das redes, apontando para os recentes apagões na Califórnia e no Texas.

No mercado imobiliário, há muitas perguntas sobre como será a demanda nos próximos dois anos nos setores de escritórios, hospedagem e varejo, disse Zell na entrevista.

“Todos estão preocupados em voltar ao trabalho e ocupar os escritórios. Não acho que isso seja realmente um problema”, afirmou. “O problema é que, antes da pandemia, estávamos lidando com um excesso de oferta de escritórios. Obviamente, a pandemia não reduziu esse excesso de oferta e, provavelmente, incentivou isso de acordo.”

As lojas também apresentam desafios, explicou, visto que os EUA já tinham mais espaço de varejo por pessoa do que o resto do mundo antes da Covid-19, e os clientes aumentaram o uso do comércio eletrônico durante a pandemia.

“O varejo de rua hoje é como uma faca caindo, e você não sabe até onde ela vai descer”, disse. Embora isso “não signifique que os melhores shoppings não vão ter um bom desempenho”, há uma “enorme quantidade de imóveis que terão de ser reprogramados de uma forma ou de outra”.

Os desafios enfrentados pelos hotéis serão um problema temporário nos próximos três a quatro anos, disse Zell. “Vamos ver uma lenta recuperação das viagens de negócios”, prevê. “Nesse ínterim, será uma recuperação lenta, e os hotéis representam grandes despesas gerais e operá-los com ocupação abaixo do ideal é um cenário muito caro.”

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