Meios de pagamento digitais, como o Alipay e o WeChat Pay, têm alto índice de penetração na China | Foto: Chan Long Hei/Bloomberg (Chan Long Hei/Bloomberg/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 5 de julho de 2021 às 06h45.
Tencent, Alibaba e JD.com estão entre os maiores grupos chineses de tecnologia, donos de plataformas como WeChat e Alipay, que crescem em ritmo acelerado há muitos anos. A tese do investimento na Ásia já há algum tempo faz parte do portfolio de investidores internacionais, que buscam pegar carona no rápido crescimento do setor na região.
Não há mercado mais propício do que os asiáticos e, em particular, o da China para quem acredita e aposta no retorno de ações de tecnologia. O equivalente a 47,3% da capitalização de mercado da China tem exposição à indústria da tecnologia, aí incluindo de empresas de TI, de hardware e de software a plataformas de e-commerce, segundo levantamento de Jean van de Walle, CIO (executivo-chefe de Investimentos) da Sycamore Capital e professor da Stern Business School, da Universidade de Nova York, com dados da MCSI.
No mercado americano, essa exposição é de 39,2%. Na América Latina (o que inclui o Brasil), fica em apenas 2,3%. Por aqui, o predomínio da capitalização de mercado ainda está em empresas produtoras de commodities, como Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3, PETR4), e em bancos como Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4).
Ainda que o mercado tenha começado a ganhar alternativas desde o fim de 2020, com uma onda de IPOs (ofertas públicas iniciais, em inglês) de empresas de tecnologia como Méliuz (CASH3), Mosaico (MOSI3) e Mobly (MBLY3), o tamanho e o alcance dessas companhias ainda são limitados para quem deseja ampliar a exposição à tese tech.
Resta o caminho da exposição por meio de ETFs (Exchange Traded Funds, os fundos passivos que seguem índices) ou de fundos que tenham a tese de investimento em ações de techs da Ásia e da China em particular. Um dos maiores e mais tradicionais do mundo é o Invesco Greater China Equity Fund, da gestora americana Invesco.
O fundo acaba de ficar disponível para o investidor brasileiro por meio do BTG Pactual (BPAC11), que acertou um acordo para distribuição exclusiva no Brasil de produtos da Invesco, que é uma das maiores gestoras independentes do mundo, com US$ 1,5 trilhão em ativos sob gestão.
O primeiro produto distribuído é justamente o Invesco Greater China Equity Fund, com aplicação mínima de R$ 5.000 e taxa de administração de 1% ao ano. O fundo estará disponível para investidores qualificados (com ao menos R$ 1 milhão em investimento), segundo as regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Em 2020, o Invesco Greater China Equity Fund entregou retorno de 28,35%. Em uma janela de cinco anos, o retorno chegou a 103,20%. O fundo, originalmente lançado em 1992, tem como estratégia uma análise fundamentalista bottom-up de ações de empresas que representam oportunidades em uma janela de longo prazo.
Entre as cinco principais posições do fundo estão respectivamente ações ou ADRs da Tencent, da Meituan, do Alibaba, da JD.com e da Jiangsu Hengrui Medicine. Há também papeis de empresas de Taiwan e Hong Kong: no primeiro caso o destaque é a Taiwan Semiconductor, uma das maiores fabricantes mundiais em chips.
"A parceria com a Invesco é parte importante da estratégia de oferecer aos nossos clientes oportunidades qualificadas de exposição ao mercado internacional", diz Ignacio Pedrosa, Head de Third Party Distribution do BTG Pactual.
"Acreditamos que o cenário de taxas de juros mais baixas no Brasil segue impulsionando a busca do investidor pela diversificação de carteira. Por essa razão, seguimos fortalecendo nosso portfólio para oferecer mais alternativas e produtos exclusivos", afirma Pedrosa.