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Quem perde na Bolsa enquanto a bola estiver rolando

Relatório do Santander alerta que o setor financeiro será prejudicado pela queda da atividade econômica durante a Copa


	Número de feriados devido aos jogos impactará desempenho das empresas
 (Getty Images/Scott Heavey)

Número de feriados devido aos jogos impactará desempenho das empresas (Getty Images/Scott Heavey)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 29 de maio de 2014 às 17h52.

São Paulo - A Copa do Mundo no Brasil – que começa em duas semanas – será um verdadeiro gol contra para as empresas setor de serviços financeiros listadas na Bovespa. Pelo menos este é o alerta dos analistas do Santander, Henrique Navarro e Renata Cabral.

“A redução esperada nas atividades nos dias de jogos prejudicará as empresas de serviços financeiros, já que os resultados são diretamente vinculados à atividade econômica”, explicam.

Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil: impacto negativo

Entre os grandes bancos, Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil, o mais prejudicado será o Itaú. O banco, que é patrocinador oficial do evento, sofrerá impacto maior devido ao aumento nas despesas de marketing. 

Para os analistas, a estratégia adotada pelo Itaú visa melhorar o conhecimento da marca para impulsionar a receita. Entretanto, a medida é difícil de ser mensurada. “O efeito líquido deve ser negativo, sem impacto claro em ganho de participação de mercado.” Eles ressaltam ainda que a atividade econômica, o principal catalisador do crescimento do banco, pode também ser negativamente afetada pelos jogos.

Cielo e Santander: impacto negativo

No começo deste ano, a Cielo anunciou que o impacto da Copa em seus negócios seria negativo. A empresa estima impacto negativo de 1 bilhão de reais nos volumes capturados, devido aos feriados oficiais e não oficiais. O mês de junho pode ser o pior do ano para a companhia em termos de volumes em cartões de crédito e débito.

“O impacto ofusca uma possível elevação em transações com cartões de visitantes estrangeiros e o aumento na utilização.” No caso do Santander, os analistas também acreditam que as operações do banco sofram o mesmo efeito que a Cielo.

BM&F Bovespa e CETIP: impacto negativo

Baseado no que aconteceu com o mercado financeiro em 2010, durante a Copa do Mundo na África do Sul, os analistas preveem uma redução na atividade de negociação.

“Muitos dos jogos aconteceram durante o horário dos pregões. Durante os jogos de 2010, a atividade em 15 bolsas internacionais sofreu uma redução acentuada. Essas reduções foram especialmente acentuadas em mercados que tinham um participante jogando”, justifica a equipe de análise.

Smiles e Multiplus: impacto ligeiramente negativo 

As empresas de fidelidade devem ter um impacto negativo menor. Os analistas afirmam que a Smiles e Multiplus sofrerão devido à redução nos resgates nas duas companhias. Entretanto, será compensado pelos volumes de cartões de crédito não devem sofrer um grande impacto.

Valid: impacto ligeiramente negativo

De acordo com os analistas, a unidade de meios de pagamento, mais importante fonte de receita da Valid, deve reagir de forma ligeiramente negativa aos jogos, devido à redução potencial no número de dias úteis. “No primeiro trimestre de 2014, a Valid registrou uma forte melhoria em meios de pagamento; portanto, o impacto líquido no ano deve ser pequeno.”

BB Seguridade, Porto Seguro, Sul América, Brasil Insurance: impacto neutro

As empresas de seguros acreditam que os índices de sinistralidade podem diminuir durante o evento devido aos feriados. A companhia Porto Seguro acrescenta ainda que a queda pode ocorrer também pelo reforço na segurança no Brasil durante os jogos, reduzindo os níveis de roubos.

“Ainda é muito cedo para ter certeza a respeito a uma redução nos roubos. Nossa postura é mais cautelosa e acreditamos que o impacto líquido será de neutro a ligeiramente positivo para as seguradoras. Entretanto, não acreditamos que essa possível redução tenha efeito significativo nessas ações”, explicam os analistas.

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