São Paulo - Uma hora sem energia elétrica foi o suficiente para assustar os investidores de companhias do setor. Desde a última segunda-feira, as ações de elétricas têm operado no vermelho, mostrando que o apagão que ocorreu em alguns estados brasileiros e no Distrito Federal deixou mesmo o acionista no escuro.
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, explicou que a queda de energia foi causada por um problema técnico em uma linha de transmissão de Furnas e que a falha de um banco de capacitores teria ocasionado uma variação na frequência do sistema interligado, levando ao desligamento de 11 usinas de geração.
Mas a explicação dada pelo governo não foi suficiente para acalmar o mercado. Os investidores se mostram ainda mais preocupados com que pode acontecer com o setor nos próximos meses.
“Os investimentos no setor realmente são bem escassos. O apagão mostrou total despreparo das empresas em atender a demanda dos consumidores, mas considero exagerada a recente queda das ações”, disse Pedro Paulo Coelho Afonso, analista da TOV Corretora.
Em entrevista a Exame.com, Carlos Faria, presidente da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), afirmou que o governo falha em tratar o problema. “Se tivemos problemas no ano passado, é óbvio que vamos ter mais problemas neste ano. E por quê? Desde que reduzimos o preço da energia, em 2012, o governo só vem dizendo para a população que o preço está barato, que pode consumir porque não vai faltar luz”, ressalta.
Quem perde mais
Com a possibilidade de novos apagões, e de até mesmo de um racionamento de energia, o cenário deve agravar a situação de algumas companhias. A Eletropaulo é uma das mais afetadas, já que atende 90% da área considerada crítica.
A situação também é preocupante para as geradoras de energia. É o caso da Eletrobras, CPFL e AES Tietê. Estas companhias são prejudicadas diretamente pelo risco hidrológico. Na semana, as ações acumulam perdas de 14%, 8,47% e 3,73%, respectivamente.
“Com o racionamento, estas empresas podem ter uma significativa redução de receita”, explica, Luis Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos.
O setor, antes considerado defensivo na Bovespa, veem perdendo atratividade.
“Essa crise setorial se arrasta desde 2012. O investidor tem ficado bastante incomodado com as intervenções do governo nos últimos anos. Com a falta de chuva, os problemas do setor vieram à tona. No final, o apagão foi a gota d’água”, finaliza Bruno Piagentini, analista da Coinvalores.
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1. Promessas
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1/12 (REUTERS/Nacho Doce)
São Paulo - Os setores de bancos e de papel e celulose estão entre os que devem se destacar na Bovespa este ano, segundo analistas. Para saber quais ações devem brilhar em 2015,
Exame.com consultou alguns especialistas. Confira nas fotos acima.
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2. Itaú Unibanco
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2/12 (Reprodução/YouTube/Itaú)
Para o analista da Ativa Corretora, Lenon Borges, as ações do Itaú serão beneficiadas por um novo mix da carteira de crédito. Além disso, o banco apresenta o crescimento das receitas bem maior que as despesas. Por fim, ele destaca que apesar da desaceleração da carteira de crédito, os spreads bancários têm se elevado consideravelmente, em decorrência dos aumentos da taxa Selic.
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3. Bradesco
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3/12 (Adriano Machado/Bloomberg News)
Para os analistas do Santander, Henrique Navarro e Renata Cabral, o Bradesco oferece uma sólida combinação de diversificação de resultados, forte capitalização em termos do grupo consolidado e altos níveis de lucratividade ajustada.
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4. Banco do Brasil
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4/12 (Adriano Machado/Bloomberg News)
O Banco do Brasil, segundo analistas do Santander, deve se destacar devido à indicação da nova equipe econômica pela presidente Dilma. A aposta está em uma possível transição na estratégia em direção ao fortalecimento dos balanços dos bancos estatais.
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5. Itaúsa
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5/12 (Wikimedia Commons)
Os analistas do Santander, Henrique Navarro e Renata Cabral, recomendam investir nas ações da Itaúsa, pois a empresa detém os papéis com direito a voto do Itaú e que são negociados com desconto atualmente.
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6. Embraer
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6/12 (Porneczi/Bloomberg)
“Acreditamos que a Embraer continua a ter uma sólida história de entrega. Por segmento, estimamos um aumento de 70 pontos-base na margem Ebit da aviação comercial, uma alta de 150 pontos-base na aviação executiva e uma queda de 100 pontos-base no segmento de defesa", explica o analista Bruno Amorim, do Santander.
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7. GOL
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7/12 (Dado Galdieri/Bloomberg)
“Os preços do petróleo (Brent) caíram cerca de 50% desde junho e acredito que isso resultará em alta significativa para o setor de companhias aéreas, já que 41% de seus custos são vinculados ao querosene de aviação”, afirma Bruno Amorim, do Santander.
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8. Valid
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8/12 (Dado Galdieri/Bloomberg)
“A Valid apresentará um aumento na lucratividade, sustentado por mudanças no mix da carteira, melhoria nas margens e volumes razoáveis. A empresa está em boa posição para se beneficiar de algumas oportunidades ainda não operacionais, como a parceria com os Correios, selagem de garrafas e licenças de motorista nos EUA”, explicam os analistas do Santander, Henrique Navarro e Renata Cabral.
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9. Klabin
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9/12 (Divulgação)
Para o analista da AZ FuturaInvest, Alan Oliveira, a Klabin será beneficiada pelo câmbio. “A alta do dólar impactará diretamente o setor de papel e celulose”, afirma Oliveira.
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10. Suzano
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10/12 (Germano Lüders)
“A desvalorização da moeda nacional ainda segue para um patamar elevado e possibilita a Suzano ter 15% de melhorias em termos de EBITDA para cada 10% de avanço do dólar”, esclarece Lenon Borges da Ativa Investimentos.
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11. Equatorial
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11/12 (Marcelo Casal Jr/Agência Brasil)
“Acreditamos que 2015 deve ser mais um ano de valorização para as ações da Equatorial Energia. A distribuidora vem mostrando melhorias operacionais surpreendentes nos últimos resultados, o que acaba se traduzindo em melhores resultados financeiros para a empresa”, finaliza Lenon Borges, da Ativa.
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12. Veja agora o valor de mercado das imobiliárias desaba no Brasil
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12/12 (Germano Lüders/EXAME)