Petrobras não pode repassar aumento (Pedro Lobo/Bloomberg)
Karla Mamona
Publicado em 18 de junho de 2014 às 09h31.
São Paulo - A onda de violência do Iraque tem se intensificado e preocupado os mercados em todo mundo. Na noite de segunda-feira, a maior refinaria de petróleo do Iraque, em Baiji, foi fechada.
Com o cenário instável, o preço do petróleo registrou alta. Recentemente, o brent para julho chegou a ultrapassar a marca de US$ 114,00 por barril pela primeira vez desde 9 de setembro.
“No Brasil, a Petrobras é uma das companhias que mais sofrem com a escalada de preço do barril de petróleo, já que a companhia é grande importadora de petróleo. Por dia, ela importa entre 300 mil e 400 mil barris de petróleo”, lembra o analista-chefe da Gradual Investimentos, Flavio Conde.
Conde explica que o aumento do custo é impactante, pois a companhia não consegue repassar 100% para seus compradores.
“Com os preços da gasolina e do Diesel controlados pelo governo fica impossível para a estatal se ajustar ao cenário atual. O aumento do preço do combustível deve acontecer somente em novembro, ou seja, o ano está praticamente perdido para a Petrobras”, explica o analista-chefe.
Além da Petrobras, outras empresas acabam sofrendo com o aumento do preço do petróleo.
A GOL, por exemplo, tem passado por fortes turbulências na Bovespa. Nos últimos cinco pregões as ações preferenciais recuaram 7%.
O aumento no preço do querosene de aviação impacta as empresas aéreas, como GOL, TAM, entre outras. Em linhas gerais, o gasto com querosene representa 40% do custo total destas empresas.
“Elas acabam absorvendo este alto custo e reduzindo o lucro. É comum as companhias optarem por não repassar o aumento no preço da passagem devido à concorrência acirrada.”
A alta recente do petróleo também ajuda a complicar ainda mais a performance da Braskem na Bovespa – no ano, a empresa já derreteu 27%.
A petroquímica também sofre com pressões de repasse no custo da nafta, derivado de petróleo.