Radar: mercado acompanha queda do preço do petróleo (Getty Images/Reprodução)
Repórter de finanças
Publicado em 15 de outubro de 2024 às 08h49.
Última atualização em 15 de outubro de 2024 às 09h34.
Os mercados internacionais operam mistos na manhã desta terça-feira, 15. Nos Estados Unidos, a véspera foi marcada por recordes do Dow Jones e Nasdaq, com o mercado otimista em relação à Nvidia. Hoje, à espera de resultados de grandes bancos, os índices futuros operam próximos à estabilidade.
Na Ásia, as bolsas fecharam sem direção única, com os mercados do Japão, Coreia do Sul, Índia, Austrália e Filipinas registrando ganhos, enquanto as bolsas da China amargaram duras perdas após números decepcionantes de setembro, divulgados ontem após o fechamento dos mercados.
O país registrou uma alta nas exportações de 2,4% em relação ao ano passado, e de 0,3% nas importações - dados muito abaixo das expectativas. A decepção local fez o índice Xangai Composto recuar 2,53%, enquanto o CSI 300 caiu 2,66%. Já o índice Hang Seng, de Hong Kong, perdeu 3,67%.
Na Europa, as bolsas operam sem direção única, com as ações de petrolíferas caindo, enquando as de telecomunicações avançam após o balanço positivo da sueca Ericsson.
O petróleo opera, na sessão desta terça-feira, com queda de quase 5%, atingindo o menor valor em duas semanas. O movimento ocorre na esteira da demanda mais fraca, com dúvidas em relação ao consumo por parte da China.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisou sua previsão de crescimento da demanda global de petróleo para 2024, reduzindo a projeção de 1,74 milhão de barris por dia (bpd) para 1,64 milhão bpd.
A revisão da demanda para baixo tem como principal fator justamente a desaceleração no consumo da China. A previsão para o crescimento da demanda chinesa em 2024 foi reduzida de 650 mil bpd para 580 mil bpd, refletindo as dificuldades do mercado doméstico e as margens mais estreitas para exportação.
A situação na China ocorre paralelamente à produção recorde dos Estados Unidos, ampliando o excesso de oferta global e enfraquecendo ainda mais os preços.
Somam-se os relatos de que Israel evitou atingir alvos de petróleo no Irã, aliviando temores de interrupções na oferta no país, que é um dos maiores produtores da commodity do mundo.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, teria assegurado aos EUA que eventuais ataques de Israel teriam como foco alvos militares e não as instalações nucleares ou de petróleo, de acordo com o Washington Post.
Isso contribuiu para dissipar o chamado “prêmio de guerra” embutido nos preços, que refletia as tensões geopolíticas no Oriente Médio. Às 8h06, o petróleo de referência Brent recuava 4,79% cotado a US$ 73,76 por barril. Já a referência West Texas Intermediate (WTI) caía 5% cotada a US$ 70,14.
O recuo elimina os ganhos registrados nas sete sessões anteriores, quando investidores estavam preocupados com riscos de oferta devido à possibilidade de retaliação israelense após um ataque com mísseis iranianos.
De olho na temporada de balanços, agora pela manhã são esperados os resultados do Bank of America (NYSE: BAC), Citigroup (NYSE: C), Goldman Sachs (NYSE: GS), Charles Schwab (NYSE: SCHW) e Johnson & Johnson (NYSE: JNJ). Pela noite, United Airlines (NASDAQ: UAL) divulga seus números. Amanhã de manhã, será a vez do Morgan Stanley (NYSE: MS).
As bolsas americanas, que ao longo do ano vem renovando seus recordes, ultrapassaram novamente suas máximas na véspera. Tanto o S&P 500 quanto o Dow Jones registraram novos recordes de fechamento aos 5.859,85 e 43.065,22 pontos, respectivamente.
As bolsas foram puxadas pelas ações de tech, principalmente Nvidia (NASDAQ: NVDA), que terminou a sessão com seu maior valor de mercado em US$ 3,4 trilhões, quase superando a Apple (NASDAQ: AAPL), com valor de mercado em US$ 3,5 trilhões.
No mercado corporativo local, a mineradora Vale (VALE3) divulga, após o fechamento do mercado, sua prévia operacional referente ao terceiro trimestre deste ano. O balanço completo está previsto para sair no dia 24 de outubro.