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Queda do Ibovespa mostra ‘realidade’ do País, diz Nocera

Segundo analista, mercado corre ao exterior para conseguir crédito

Nocera, da Lumen Advisors, criticou ações que preveem crescimento da indústria (Ralph Orlowski/Getty Images)

Nocera, da Lumen Advisors, criticou ações que preveem crescimento da indústria (Ralph Orlowski/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2011 às 14h07.

Nova York/São Paulo - A queda do Ibovespa este ano mostra a “verdadeira realidade” do País, que caminha em direção a um ciclo de expansão e retração em meio à crescente demanda corporativa por crédito externo, disse Simon Nocera, cofundador do fundo de hegde Lumen Advisors LLC.

Os preços das ações brasileiras embutem um crescimento “escandaloso” sem justificativa, enquanto o País é vulnerável a uma desaceleração do crédito e sua expansão é limitada pela falta de mão de obra qualificada, disse Nocera, que foi economista do Fundo Monetário Internacional, na conferência Bloomberg Brasil, hoje em Nova York.

“Nesse cenário, o Ibovespa é o único indicador que mostra a verdadeira realidade do Brasil”, disse Nocera. “Ainda há alguns setores do mercado acionário brasileiro estão considerando um crescimento de 20 por cento em algumas indústrias, o que é simplesmente um absurdo.”

O Ibovespa acumula perdas de 12 por cento desde o início do ano até ontem, em meio a receios de que a aceleração da inflação pode prejudicar a demanda doméstica, enquanto uma desaceleração do crescimento econômico global pode cortar o apetite por commodities. O saldo de investimentos estrangeiros na BM&FBovespa está negativo em R$ 866,1 milhões desde o inicio do ano até 5 de julho, segundo a maior bolsa da América Latina.

Na última semana, a cotação do Ibovespa em relação às estimativas de lucro das companhias que compõe o índice caiu para 9,9, segundo dados compilados pela Bloomberg. Para o índice da MSCI Inc. que acompanha o mercado de 21 países em desenvolvimento, a relação ficou em 11 vezes no mesmo período. O Ibovespa está no nível mais barato em relação ao índice da MSCI desde março de 2009.

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