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Qualicorp (QUAL3) desaba 12% e encosta em mínima histórica após balanço

Analistas avaliam causas para o derretimento dos papéis e apontam se ainda vale a pena investir

Motivo do derretimento das ações da Qualicorp é o balanço do primeiro trimestre da companhia (BrianAJackson/Thinkstock)

Motivo do derretimento das ações da Qualicorp é o balanço do primeiro trimestre da companhia (BrianAJackson/Thinkstock)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 11 de maio de 2022 às 19h18.

Última atualização em 11 de maio de 2022 às 19h21.

As ações da empresa de planos de saúde Qualicorp (QUAL3) caíram 12,8% na bolsa nesta quarta-feira, 11, após a divulgação do balanço do primeiro trimestre da companhia decepcionar o mercado. 

Com a queda, os papéis da Qualicorp encerram o dia negociados a R$ 10,49 – apenas um centavo acima da mínima histórica da ação, de R$ 10,48, alcançada em dezembro de 2018. O papel estreou na bolsa em 2011, cotado a R$ 13.

O motivo do derretimento das ações é o balanço do primeiro trimestre da companhia, divulgado ontem à noite. No período, o lucro líquido da Qualicorp foi de R$ 74,1 milhões, uma queda de 35,3% frente ao mesmo intervalo do ano passado. 

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As perdas da Qualicorp estão associadas a uma tendência negativa de mercado que se arrasta desde o balanço do último ano. Entre os principais motivos estão a perda de beneficiários – recuo foi de 16 mil clientes no período –, e a pressão sobre o ticket médio (valor de vendas por cliente) no segmento de plano coletivo por adesão. O cenário se somou ao aumento nas provisões para perdas com inadimplência, que cresceram 35,5% na comparação anual

A consequência foi um tombo de 4,4% na receita líquida na comparação anual, para R$ 502,2 milhões. O resultado operacional medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 199 milhões – queda de 9,2% frente ao mesmo período do ano passado segundo cálculos do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME). A margem Ebitda recuou 2,9 pontos percentuais, a 50,3%.

Hora de vender?

Os números foram considerados fracos pelos analistas do BTG que, no entanto, já esperavam um resultado pouco animador. “Após outro trimestre de retração orgânica de membros, crescimento sem destaque da receita e margem Ebitda ajustada pressionada, a estratégia da Qualicorp ainda precisa ser comprovada e validada”, afirmaram, em relatório, os analistas do banco.

A casa rebaixou o preço-alvo da Qualicorp de R$ 18 para R$ 14,5, e a recomendação segue neutra para os papéis.

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A corretora Genial Investimentos, por outro lado, manteve a recomendação de compra, mas também rebaixou o preço-alvo para a ação após o balanço – a nova projeção vê os papéis a R$ 18. 

“Dada uma situação macroeconômica cada vez mais incerta, que está diretamente ligada à manutenção da venda de planos de saúde no país, estamos cada vez menos otimistas com os resultados futuros de Qualicorp”, escreveram em relatório. 

A opinião é compartilhada pelo Credit Suisse, que vê o cenário macro como um obstáculo para a reversão do mau momento da Qualicorp. 

“A continuação das tendências negativas nos resultados operacionais impede a valorização da ação. Acreditamos que há possibilidade de alta se o churn [taxa de rotatividade] de beneficiários diminuir sob o nível atual de adições brutas [de novos clientes]. Porém, são poucos os sinais de reversão dessa tendência devido à pressão sobre o cenário macroeconômico”. O preço-alvo do Credit para a ação é de R$ 18, com recomendação neutra.

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