Radar: payroll nos EUA poderão dar mais pistas sobre trajetória futura dos juros americanos (fotog/Getty Images)
Repórter de finanças
Publicado em 7 de junho de 2024 às 08h38.
Última atualização em 25 de outubro de 2024 às 10h19.
Os mercados internacionais operam majoritariamente em queda nesta sexta-feira, 7. Na Ásia, as bolsas fecharam sem direção única após dados mistos da balança comercial chinesa. Nos Estados Unidos, à espera de dados sobre emprego, os índices futuros caem. Na Europa, as bolsas abriram em queda, após fecharem a sessão anterior em alta, embaladas pelo primeiro corte de juros na zona do euro desde setembro de 2019. Por aqui, o Ibovespa futuro sobe mais de 1% ainda na esteira do otimismo com o exterior de ontem, como a própria decisão do Banco Central Europeu (BCE).
O destaque do dia é o payroll (relatório de emprego) nos Estados Unidos, equivalente ao nosso Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O indicador serve como termômetro sobre a economia local e pode dar mais pistas sobre o futuro dos juros americanos. O índice será divulgado às 9h30 e, segundo o Projeções Broadcast, a expectativa é de que o payroll mostre uma criação de 185 mil (mediana) postos de trabalho em maio, frente as 175 mil em abril.
No começo desta semana passada, outros dados sobre o mercado de trabalho animaram os investidores, afastando os temores de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) poderia cortar os juros somente em 2025. Na terça-feira, 4, foi divulgado pelo Departamento do Trabalho o relatório Jolts, que mostrou a queda da abertura de postos de trabalho nos EUA de 8,355 milhões em março para 8,059 milhões em abril, nível mais baixo desde 2021. Já na quarta, 5, houve divulgação do indicador de emprego privado de maio pela ADP, que mostraram a geração de 152 mil vagas de trabalho em maio, muito abaixo das estimativas de 175 mil vagas e dos 192 mil de registrados em abril.
A China divulgou nesta sexta-feira, 7, dados da balança comercial. Os números vieram divergentes, mostrando que de um lado as exportações chinesas avançaram 7,6% em maio na taxa anual, acima das expectativas, mas as importações ficaram aquém do previsto, com aumento de 1,8%.
Analistas do mercado estimam que a China possa enfrentar períodos difíceis devido as novas tarifas mencionadas pelo presidente dos EUA, Joe Biden, sobre produtos chineses. Durante evento em São Paulo, o diretor financeiro da Vale (VALE3), Gustavo Pimenta, também disse acreditar que a China alcançou seu pico de minério de ferro, prevendo uma queda a partir de agora, o que poderia afetar Vale, mas enfatizou que não será tão grande quando o mercado prevê.
A Vale (VALE3) analisa a contraproposta da Advocacia-Geral da União (AGU) e dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo de R$ 109 bilhões referente ao desastre ambiental em Mariana (MG), em 2015. Anteriormente, as mineradoras propuseram um acorde de R$ 72 bilhões. Em nota ao mercado, a Vale disse após avaliarem a proposta, as companhias se pronunciarão “exclusivamente por meio da mediação conduzida pelo TRF6”.
A proposta também é direcionada às mineradoras Samarco e BHP e tem previsão de pagamento em 12 anos. Os valores seriam destinados para medidas reparatórias e compensatórias de caráter ambiental e socioeconômico. A petição da União e dos estados esclarece que o montante não inclui valores já gastos pelas empresas em medidas anteriores.