Câmbio: programa de intervenção foi prorrogado no fim de 2013 até o fim do primeiro semestre deste ano (REUTERS/Bruno Domingos)
Da Redação
Publicado em 8 de maio de 2014 às 14h08.
São Paulo - O programa de swap cambial ofertado pelo Banco Central ao mercado tem dado os resultados esperados e vigorará até 30 de junho, disse nesta quinta-feira o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, ressaltando ainda que não tinha mais "nada adicionar" sobre a ação.
Lançado no período de intensa volatilidade dos mercados em agosto do ano passado, o programa de intervenção no câmbio foi prorrogado no fim de 2013 até o fim do primeiro semestre deste ano. Atualmente, oferta diariamente até 4 mil contratos de swaps cambiais --equivalente a venda de dólares no futuro--, mas tirou o pé do acelerador nas rolagens dos swaps que estão vencendo agora.
Esse movimento levou o mercado a entender que o BC pode estar satisfeito com o atual patamar do dólar, numa espécie de banda informal entre 2,20 e 2,25 reais, que não prejudica a inflação nem as exportações.
A avaliação do diretor sobre o programa foi feita em Recife durante apresentação do documento "Boletim Regional".
Sobre a inflação, ele disse também que o choque nos preços de alimentos é temporário e tem sido apurado pelos indicadores de inflação no país.
A inflação alta e resistente ao aperto dos juros iniciado em abril do ano passado --que tirou a Selic da mínima histórica de 7,25 por cento para o atual patamar de 11 por cento-- é uma das principais dores de cabeça do governo. A perda de poder aquisitivo é um fator de insatisfação do eleitorado e de perda da popularidade da presidente Dilma Rousseff.
Na pesquisa Focus divulgada na última segunda-feira, economistas do mercado mativeram a previsão de que o IPCA encerrará 2014 em 6,5 por cento, exatamente o teto da meta de inflação.
Carlos Hamilton também voltou a falar que a política fiscal será neutra em 2014 e em 2015 e que quanto maior a economia fiscal feita pelo país, melhor será do ponto de vista da inflação.
A meta de superávit primário deste ano é de 99 bilhões de reais para o setor público consolidado, equivalente a 1,9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), e foi ajustada para tentar recuperar a confiança dos agentes econômicos.
O diretor do BC comentou ainda que a economia brasileira passa por período de transição, com taxas de crescimento "não tão elevadas" e com correção de preços relativos.