Dólar: Banco Central anunciou a venda de US$ 20 bilhões em swaps cambiais para conter alta da moeda (Hamera Technologies/VEJA)
Agência Brasil
Publicado em 8 de junho de 2018 às 18h03.
Reflexos do mercado internacional, influência da conjuntura interna ou reação ao favoritismo nas pesquisas eleitorais de candidatos pouco alinhados com a agenda de reformas.
De acordo com o professor da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas (FGV) Fabio Gallo, todas as variáveis contribuíram para a valorização do dólar nesta semana, porém, a alta na cotação da moeda norte-americana também foi causada por um "ataque especulativo promovido por agentes de mercado".
"Ninguém ganha dinheiro no mercado em céu de brigadeiro. O ambiente externo com o aquecimento do mercado norte-americano gerando uma perspectiva de aumento de juros para conter a inflação com o aumento do consumo por lá; nosso ambiente interno que não ajuda e o cenário eleitoral, que não apresentou até agora, na minha visão, nenhuma novidade do que projetávamos em janeiro, são de fato variáveis muito sensíveis e que interferem no preço do dólar. Mas os agentes de mercado fazem apostas e correm riscos jogando dinheiro no mercado. E diante desse cenário começam a marcar mais, alimentando toda essa discussão para ganhar com a ação especulativa", explicou o professor.
Diante da ação do Banco Central, que desde a noite de quinta-feira (7) anunciou a venda de US$ 20 bilhões em swaps cambiais (venda futura da moeda norte-americana) até o fim da próxima semana para conter o aumento do dólar no mercado, foi considerada correta pelo professor da FGV.
"O presidente do BC, Ilan Goldfajn, agiu corretamente ao oferecer parte da nossa reserva, que o próprio Fundo Monetário Internacional reconhece como muito acima do necessário. Ele usou sua autoridade monetária oferecendo a moeda norte-americana, e ninguém tem cacife no mercado para apostar contra o BC", disse Gallo.