O Facebook solicitou a transferência, enquanto alguns dos investidores lutaram para manter seus processos na Califórnia (Spencer Platt/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 5 de outubro de 2012 às 11h52.
Dezenas de processos contra o Facebook, a bolsa de valores Nasdaq e diversos bancos envolvidos na emissão de ações do site de rede social serão centralizados em um tribunal federal em Nova York, que terá a missão de decidir sobre as consequências legais da problemática oferta pública inicial (IPO, em inglês) da empresa.
Na quinta-feira, um painel de juízes federais norte-americanos determinou que processos abertos em diversos locais dos Estados Unidos sejam transferidos ao juiz distrital Robert Sweet, em Manhattan. O Facebook solicitou a transferência, enquanto alguns dos investidores lutaram para manter seus processos na Califórnia.
Embora alguns dos casos envolvam acusados e alegações distintos, "eles reúnem suficientes questões factuais comuns, circunstâncias correlatas e documentação compartilhada para justificar a centralização", afirmou o painel.
O Facebook afirmou em comunicado estar satisfeito com a decisão e que se defenderá "vigorosamente". Um advogado de alguns dos queixosos na Califórnia preferiu não comentar, e um representante da Nasdaq não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
Investidores alegam ter perdido dinheiro por falhas técnicas na Nasdaq e acusam o Facebook de revelar apenas de modo seletivo informações desfavoráveis sobre suas perspectivas de negócios a analistas de Wall Street que depois as teriam transmitido a investidores privilegiados.
Os processos, que solicitam indenização em montante não revelado, podem custar milhões de dólares em despesas legais ao Facebook, que está se esforçando para deixar para trás os problemas do IPO.
As ações da empresa chegaram a cair em 50 por cento depois de lançadas a 38 dólares cada. Na quinta-feira, os papéis fecharam a 21,95 dólares.
Em pelo menos 33 processos que buscam enquadramento como ações coletivas, investidores solicitaram a tribunais dos EUA que responsabilizem a empresa e os bancos organizadores do IPO pelos prejuízos causados.
O Facebook alega não ter violado quaisquer regras, e que a Nasdaq é culpada pelos problemas técnicos das operações no dia do IPO.
Sweet também julgará os processos nos quais o Nasdaq OMX Group é acusado de negligência na execução do nível recorde de transações conduzidas no dia do IPO.
Mas a bolsa já solicitou que os processos contra ela sejam decididos em separado dos processos contra o Facebook.