Loja da Oi: às 11h37, a ação preferencial da empresa caía 7,21 por cento, a 4,12 reais, e a ordinária recuava 6,05 por cento, a 4,35 reais (Paulo Fridman/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 3 de outubro de 2013 às 14h56.
São Paulo - As ações da Oi recuavam com força nesta quinta-feira e eram as principais quedas do Ibovespa, com investidores reavaliando os desdobramentos da fusão da operadora brasileira com a Portugal Telecom, anunciada na véspera.
Às 13h46, a ação preferencial da Oi caía quase 10 por cento, a 4 reais, e a ordinária recuava 8,64 por cento, a 4,23 reais. No mesmo instante, o Ibovespa tinha variação negativa de 1,14 por cento.
Na quarta-feira, os papéis preferenciais e com direito a voto da empresa de telecomunicações tiveram valorização de 5,21 e de 3,58 por cento, respectivamente.
"No anúncio da fusão, houve uma certa euforia, o pessoal saiu comprando, achando que a ação estava barata e iria ter vantagem. Mas agora está analisando a complexidade da operação e a dívida da empresa, que vai ser maior", afirmou o analista Henrique Kleine, da Magliano Corretora.
A multinacional criada pela união da Oi com a Portugal Telecom já nasce com uma dívida líquida de 41,2 bilhões de reais, o equivalente a 3,3 vezes sua geração de caixa medida pelo Ebitda --sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação.
Apesar do aumento de capital em dinheiro previsto pela operação, de 7 bilhões a 8 bilhões de reais, para reduzir a alavancagem da companhia, a operação implicará em diluição dos atuais acionistas.
"O mercado se deu conta hoje de que o acionista da Oi não vai ficar com grande parte dos benefícios da fusão", afirmou o analista Daniel Bermudes, da Quantitas Asset Management.
"Ele vai ser diluído por causa do aumento de capital, e as dívidas que estão na holding e nos controladores vão acabar sobrando para a empresa, todos os acionistas vão pagar", completou.
Na noite de quarta-feira, a agência de classificação de risco Standard & Poor's colocou o rating "BBB-" em escala global da Oi em observação negativa, citando métricas de crédito mais fracas para a nova empresa do que as expectativas atuais para a Oi.
Atualizado às 14h56