Ações preferenciais da GOL registram queda de 50% em 2011 (Divulgação/EXAME)
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2011 às 15h38.
São Paulo – As turbulências no caminho das ações preferenciais da GOL (GOLL4) não devem terminar tão cedo. Pelo menos esta é a projeção do mais recente relatório da Ágora Corretora, que revisou suas estimativas para os papéis da companhia e prevê forte volatilidade em curto e médio prazos.
“Temos uma visão negativa para a GOL, não apenas por causa da guerra de tarifas com a TAM, mas principalmente pelo impacto negativo que a recente apreciação do dólar tem sobre os custos”, avalia o analista Luiz Otávio Broad.
Ele explica que a valorização da moeda americana afeta tanto os custos operacionais, que são 55% em dólar, quanto a dívida da companhia, 67% exposta à moeda. “Acreditamos que a receita da GOL ficará deprimida por mais algum tempo, enquanto a empresa tenta recuperar a fatia de mercado que foi perdida na disputa tarifária com a TAM”, projeta Broad.
A variação do dólar é um dos principais fatores no desempenho operacional, já que afeta desde o preço do combustível até o leasing de aeronaves e outras dívidas. No mês setembro, o ganho acumulado do dólar foi de 17,94%, a maior variação mensal desde o mesmo mês de 2002, quando registrou valorização de 24,92%.
Desempenho das ações preferenciais da GOL em 1 ano:
Horizonte sem turbulências
Com uma forte desvalorização de 50% em 2011, as ações preferenciais da GOL podem se recuperar no longo prazo, na avaliação de Broad.
“Em nossa, visão, a oferta cresce em ritmo mais lento que a demanda, dando espaço para que a GOL melhores suas taxas de ocupação e sua eficiência”, afirma. O preço-alvo para dezembro de 2012 foi fixado em 22 reais, um potencial de valorização de 84%. Devido à possibilidade de alta rentabilidade até o final do ano que vem a recomendação é de compra.
Outro fator favorável ao desempenho é a recente queda do petróleo, já que os combustíveis correspondem a 40% dos custos. Mas o relatório lembra que este impacto só será sentido nos resultados do quarto trimestre, pois a Petrobras demora um mês para repassar as variações de preços.