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Previdência pode acabar com seca de IPOs na Bolsa

Em 2018, empresas que tentaram captar nem sempre encontraram demanda, e o calendário eleitoral acabou enterrando o ano de vez para as ofertas iniciais

B3: por aqui, a bolsa não vê um IPO em 300 dias, a mais longa seca desde 2016 (Germano Lüders/Exame)

B3: por aqui, a bolsa não vê um IPO em 300 dias, a mais longa seca desde 2016 (Germano Lüders/Exame)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 20 de fevereiro de 2019 às 15h00.

Última atualização em 20 de fevereiro de 2019 às 15h19.

(Bloomberg) -- Depois de um ano praticamente perdido em termos de estreias na bolsa, 2019 teve o primeiro sinal oficial de um IPO: o grupo SBF, dono das marcas de artigos esportivos Centauro e By Tennis, retomou o processo de abertura de capital iniciado em 2017 e abandonado depois.

Aproveitando o bom momento dos mercados, a empresa protocolou essa semana um novo pedido de registro de companhia aberta e de oferta primária de ações na Comissão de Valores Mobiliários. A expectativa com a reforma da Previdência, que foi apresentada pelo governo nesta quarta-feira, tem impulsionado o Ibovespa a testar novas máximas e levado o real a postar o melhor desempenho entre as principais moedas.

Em 2018, empresas que tentaram captar nem sempre encontraram demanda, e o calendário eleitoral acabou enterrando o ano de vez para as ofertas iniciais de ações. Banco Inter, NotreDame Intermédica e Hapvida conseguiram concluir as ofertas, ainda no primeiro semestre. Algumas companhias também escolheram abrir capital lá fora, em especial no setor de tecnologia, ainda pequeno na bolsa brasileira. Por aqui, a B3 não vê um IPO em 300 dias, a mais longa seca desde 2016.

O sucesso da oferta dependerá “do apetite do mercado por uma empresa de varejo que tem pouca participação do comércio eletrônico no mix de receita, o que pode e deve atrapalhar a demanda dos investidores”, disseram os analistas Felipe Bevilacqua e Eduardo Guimarães, da empresa de análises financeiras Levante Ideias de Investimento, em relatório.

Independentemente do sucesso da dona da Centauro, os planos do governo de levantar recursos para reduzir o déficit podem trazer novas estreantes à bolsa.

Rubem Novaes, presidente do Banco do Brasil, disse na semana passada que alguns dos ativos do banco podem ser objeto de abertura de capital ou parcerias. Já Pedro Guimarães, presidente da Caixa, disse no fim de janeiro prever quatro IPOs de unidades do banco em 12 meses -- cartões, seguros, asset e loterias.

 

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