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Pressão por um nome na Fazenda, Covid na China e o que mais move os mercados

Negociações devem retomar volume após queda com estreia da seleção na Copa do Mundo e feriado nos EUA

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 25 de novembro de 2022 às 07h09.

Última atualização em 25 de novembro de 2022 às 07h36.

A sexta-feira, 25, começa entre perdas e ganhos no mercado internacional, com a volta do feriado de Ação de Graças que fechou as principais bolsas dos Estados Unidos ontem. 

Os índices futuros americanos ficam perto da estabilidade, ainda reagindo à ata do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), divulgada na última quarta. O documento indicou um ritmo mais brando de alta na taxa de juros, o que tem impulsionado a renda variável.

Por outro lado, as bolsas sofrem pressão negativa da China devido ao aumento de casos de Covid-19 no país. A cidade de Zhengzhou, onde ocorreram protestos na Foxconn, fornecedora da Apple, disse que vai realizar testes em massa, com um lockdown de cinco dias a partir de hoje.

Por aqui, o Ibovespa futuro opera em alta, e o índice deve retomar o nível de negociações na bolsa após uma queda de 60% no volume ontem em dia de feriado nos EUA e estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo 2022. O Ibovespa subiu quase 3% na sessão anterior com a possibilidade de uma “dobradinha” entre Fernando Haddad e Pérsio Arida na equipe econômica do novo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Desempenho dos indicadores às 7h05 (de Brasília):

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Pressão por um ministro da Fazenda

O favorito para ocupar o posto da Fazenda é o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), que enfrenta resistência do mercado para ocupar a pasta. Nesta sexta, Haddad representa Lula no almoço anual de dirigentes dos bancos na Febraban com a presença do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto – mais uma sinalização que aponta para sua indicação para a Fazenda.

O mercado, que é contrário à Haddad, tem reagido bem à notícia de que o ex-prefeito pode fazer uma dupla com o economista Persio Arida na equipe econômica. Um dos formuladores do Plano Real, Arida ficaria com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

A possibilidade de um nome mais técnico foi bem recebida, e a bolsa saltou quase 3% na véspera em um dia de liquidez reduzida.

Leia também: Lula testa aceitação de Haddad na Fazenda em dobradinha com Arida no Planejamento

Impasse sobre a PEC da Transição

É possível ainda que Lula seja mais pressionado para escolher um nome para a Economia para aprovar a PEC da Transição. Segundo o jornal O Globo, a cúpula do PT se reúne nesta sexta para propor que o presidente eleito acelere a indicação de seu futuro ministro da Fazenda. A definição poderia pacificar as reações dos agentes econômicos e abrir condições para aprovação da PEC.

O presidente eleito irá avaliar as propostas sobre a PEC ainda hoje. A previsão do PT é, depois disso, consolidar o texto na próxima segunda-feira e apresentá-lo ao Congresso na terça-feira.

A proposta que retira o Bolsa Família do Teto de Gastos tem enfrentado resistência dos agentes econômicos, que temem o aumento descontrolado do endividamento. A proposta é essencial para que o governo de Lula possa cumprir suas promessas de campanha.

Leia também: 'O que falta é um ministro da Fazenda', diz Jaques Wagner (PT) sobre articulação da transição

Campos Neto na Febraban

Investidores devem ficar atentos ainda ao discurso de Roberto Campos Neto, presidente do BC, durante encontro da Febraban com a participação de Haddad. Campos Neto faz uma apresentação às 12h30 sobre a atual conjuntura econômica do Brasil.

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