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Presidente da bolsa apoia pacote do governo, apesar da CPMF

Presidente da BM&FBovespa fez avaliação positiva das medidas apresentadas ontem pelo governo e acredita em uma reação positiva do mercadoO


	Edemir Pinto, diretor presidente da BM&FBovespa: "Governo finalmente começou a fazer a lição de casa"
 (Reuters/Paulo Whitaker)

Edemir Pinto, diretor presidente da BM&FBovespa: "Governo finalmente começou a fazer a lição de casa" (Reuters/Paulo Whitaker)

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2015 às 17h23.

São Paulo - Para o diretor presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, as medidas anunciadas nesta segunda-feira (14) pelos ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Fazenda, Joaquim Levy, para tentar conter o déficit no Orçamento demonstram que "o governo começou a fazer a lição de casa”.

“O governo precisa insistir neste caminho e retomar a meta fiscal. A direção está correta, primeiro o corte de gastos e então a geração de receitas. O governo começou a fazer a lição de casa”, afirma Pinto em entrevista exclusiva a EXAME.com.

Volta da CPMF

O principal temor do mercado financeiro em relação ao pacote apresentado ontem é a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O imposto pode prejudicar as negociações ocorridas na bolsa se for cobrado um percentual por cada movimentação financeira realizada no mercado.

“Em 2001, os operadores da bolsa chegaram a fazer uma greve para pedir a isenção da CPMF porque com o imposto as negociações aqui ficavam mais caras e os investidores acabavam comprando ADRs. Assim, o mercado nacional ficava sem liquidez”, afirma Arthur Vieira de Moraes, agente autônomo de investimentos.

Durante um congresso realizado em agosto em Campos do Jordão, Edemir Pinto chegou a afirmar que a volta da CPMF seria ruim para o mercado de capitais. “O país já tem uma carga tributária muito elevada. Qualquer imposto a mais é ruim”, teria afirmado. Mas, hoje, em entrevista a EXAME.com, Edemir afirmou que a volta da CPMF não deve prejudicar a bolsa. 

“Os problemas que poderíamos enfrentar já foram ajustados durante a primeira legislação da CPMF (ocorrida entre 1996 e 2007). Neste retorno, as aplicações financeiras já estão blindadas”, afirma. “Com certeza as medidas anunciadas pelo governo terão um impacto positivo, investidores vão fazer uma leitura positiva disso”, completa Pinto. 

Em 2004, quando a CPMF ainda estava em vigor, o governo criou a chamada conta investimento, por meio da qual os investidores podiam movimentar recursos de uma aplicação a outra com isenção da CPMF. Mesmo assim, toda vez que o dinheiro era movimentado da conta investimento para a conta corrente ou vice-versa, a CPMF incidia.

André Perfeito, economista chefe da Gradual Investimentos reconhece que a CPMF poderia ser prejudicial para a bolsa, mas, para ele, o governo deve tomar as medidas necessárias para evitar isso. “O ministro Joaquim Levy já declarou que a bolsa é muito importante no desenvolvimento do país. Por isso, acredito no discernimento dele para estimular e não prejudicar o mercado”, afirma Perfeito. 

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