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Presidente da BM&FBovespa vê expectativa baixa de IPO

Há algumas empresas estatais que tinham a intenção de abrirem capital no ano passado, mas acabaram postergando


	Mulher passa em frente a logotipo da Bovespa: e, segundo Edemir, diante de atual cenário fica mais difícil a colocação dessas emissões
 (Nacho Doce/Reuters)

Mulher passa em frente a logotipo da Bovespa: e, segundo Edemir, diante de atual cenário fica mais difícil a colocação dessas emissões (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2016 às 12h35.

São Paulo - Diante do quadro macroeconômico do Brasil, a expectativa é muito baixa para ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) para este ano, disse o diretor presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto.

Há algumas empresas estatais que tinham a intenção de abrirem capital no ano passado, mas acabaram postergando.

E, segundo Edemir, diante de atual cenário fica mais difícil a colocação dessas emissões.

Emissões de ações, disse, poderão envolver as de esforços restritos, que são aquelas mais flexíveis.

Muitas empresas em dificuldade financeira têm utilizado essa modalidade para o controlador capitalizar a empresa em um prazo mais curto de tempo do que um aumento de capital tradicional.

O executivo citou que os fechamentos de capital no ano passado tiveram um volume relevante e que, para este ano, considerando os fechamentos já anunciados, outras 15 companhias deverão sair da bolsa.

Edemir disse que, dessa forma, as expectativas de crescimento do segmento Bovespa se tornam mais restritos.

Nessa esteira, ontem a companhia realizou um ajuste contábil (impairment) referente ao ágio oriundo da "expectativa de rentabilidade futura gerado na aquisição da Bovespa Holding".

Esse movimento levou a companhia a um prejuízo líquido de R$ 407,7 milhões de outubro a dezembro do ano passado, ante um lucro de R$ 232,4 milhões no mesmo intervalo de 2014.

"A deterioração do cenário macroeconômico ao longo de 2015, principalmente no último trimestre, afetou o segmento Bovespa, levando à redução do valor de mercado das companhias listadas e, consequentemente, dos volumes negociados", segundo nota explicativa das demonstrações financeiras da companhia.

O documento cita ainda que, ao longo deste ano, a companhia seguirá monitorando os indicadores externos e internos "mais recentes em busca de identificar eventuais deteriorações que possam ocasionar em perdas por não recuperabilidade de seu ativo".

Assim, houve uma redução de R$ 1,7 bilhão do valor recuperável desse ativo. Na prática, isso significa uma expectativa mais baixa de rentabilidade futura do segmento Bovespa.

O diretor executivo de Finanças e de Relações com Investidores da Bolsa, Daniel Sonder, disse que é obrigação da companhia rever os valores de seus ativos todos os trimestres.

Aquisição minoritária

A BM&FBovespa deverá anunciar em pouco tempo alguma nova aquisição minoritária em bolsas da América Latina, dentro do projeto de internacionalização da companhia, disse, em entrevista coletiva à imprensa, Edemir Pinto.

O executivo disse que a própria Bolsa teve que reagendar alguns encontros por conta de uma agenda interna da empresa nos meses de dezembro e janeiro.

A BM&FBovespa já havia anunciado sua intenção de aquisição de participação em cinco bolsas da América Latina, até o limite permitido pela regulação local, que varia entre 5% e 15%.

Além do Chile, onde a Bolsa brasileira já adquiriu 8% do capital (com a meta de chegar em 10%), faz parte dos planos a aquisição de fatias das bolsas de México, Peru e Colômbia.

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