LOJA DO PONTOFRIO: ações de sua controladora, Via Varejo, subiram 8,4% mesmo com prejuízo de 90 milhões de reais / Alexandre Battibugli
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2016 às 17h52.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h45.
Finalmente uma alta
Após três pregões de leve perdas, o Ibovespa fechou em alta de 0,66% com o noticiário agitado para as empresas. Os principais bancos tiveram dia de alta, com destaque para as ações do Banco do Brasil, que registraram a maior elevação do dia após relatório do Deutsche Bank reiterar a compra das ações do banco, cujos papéis subiram 5,1%. Entre os destaques de queda nesta quinta-feira estão as ações da companhia de alimentos JBS, que tiveram mais um dia de baixa (-4,2%) após o cancelamento da reorganização societária da empresa. Fora do Ibovespa, as ações da varejista Magazine Luiza recuperaram as perdas sofridas nos últimos dias sem nenhum motivo aparente. Hoje os papéis dispararam, valorizando 30,9%.
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Resultado ruim?
As units da Via Varejo, que reúne operações das varejistas Ponto Frio e Casas Bahia, dispararam 8,4% mesmo após a empresa divulgar um prejuízo de 90 milhões de reais no terceiro trimestre — quase o dobro do registrado no mesmo período do ano passado. A geração de caixa da companhia foi de 86 milhões de reais, um recuo de 37,6%. Segundo a empresa, o fim da isenção fiscal proporcionada pela Lei do Bem gerou um impacto negativo na geração de caixa de 100 milhões de reais no período.
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Nova queda na Natura
A fabricante de cosméticos Natura teve mais um dia de baixa na bolsa. Os papéis fecharam em queda de 4%. Além do anúncio da renúncia do presidente da companhia, ontem à noite a empresa apresentou um lucro de 73,1 milhões de reais no terceiro trimestre, ou seja, uma queda de 44,5% na comparação com o mesmo período de 2015. Analistas do Itaú BBA consideraram os resultados fracos e destacaram que “trouxeram evidências determinantes dos desafios futuros para a Natura no Brasil”.
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Lucro na Vale
As ações da mineradora Vale fecharam em direções opostas, apesar de a empresa ter apresentado um lucro de 1,8 bilhão de reais no terceiro trimestre. Os papéis ordinários subiram 1% e os preferenciais caíram 0,38%. No terceiro trimestre de 2015, a Vale havia tido um prejuízo de 6,6 bilhões de reais. Segundo analistas do banco Bradesco BBI, o lucro ficou abaixo do esperado em consequência das despesas financeiras acima e da variação monetária.
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Divergência na Samarco
Em teleconferência com analistas, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, afirmou que “existe um certo desalinhamento” entre a ela e a sócia BHP Billiton quanto aos planos de retomada da produção de sua subsidiária Samarco. Segundo ele, as divergências referem-se à maneira de depositar os rejeitos do desastre ocorrido na cidade de Mariana (MG) para retorno da operação e também quanto ao equacionamento da dívida da empresa, que tem falhado nos pagamentos de juros. “Enxergamos que a Samarco não é viável na antiga estrutura de depósito de rejeitos”, disse. Ele defende que a companhia passe a usar a infraestrutura da própria Vale em Minas Gerais. Segundo Ferreira, as controladoras vão se reunir na semana que vem para discutir o tema.
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Novata na bolsa
A oferta inicial de ações da empresa de diagnósticos Alliar foi registrada na Comissão de Valores Mobiliários. A emissão saiu por 20 reais cada ação e movimentou 766 milhões de reais. Segundo documento da CVM, foram vendidos 38,3 milhões de ações ordinárias em uma oferta primária e secundária. Essa foi a primeira abertura de capital (IPO) em 16 meses. O último IPO realizado até então era o da Par Corretora, a corretora de seguros da Caixa Econômica Federal, em junho de 2015.
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Desemprego estável
A taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,8% no terceiro trimestre do ano, contabilizando 12,02 milhões de pessoas sem trabalho. O resultado é o mesmo do trimestre encerrado em agosto deste ano, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. A taxa se manteve estável porque mais pessoas optaram por deixar a força de trabalho, em vez de procurar emprego. A população inativa do país cresceu 1,9%. Em igual período do ano passado, a taxa de desemprego estava em 8,9%.
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25 bi de déficit
As contas do governo federal fecharam o mês de setembro com déficit de 25,3 bilhões de reais, o pior resultado para o mês desde o início da série histórica, em 1997. O valor representa uma alta de 240,3% em relação ao resultado negativo do mesmo mês do ano passado. No ano, as contas mostram um déficit de 96,6 bilhões de reais, ante 20,8 nos nove primeiros meses de 2015.