CSN é a favorita do setor na opinião dos analistas do HSBC (Germano Luders/Exame)
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2011 às 17h40.
São Paulo – O banco de investimentos HSBC incorporou os maiores preços globais das matérias-primas em suas premissas para o setor siderúrgico brasileiro, e elevou as projeções de consumo de aço no País em 2011. O preço-alvo para as ações da CSN, Gerdau e Usiminas foi alterado.
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Em relatório assinado pelo analista Jonathan Brandt, o HSBC estima que os resultados das companhias siderúrgicas, referentes ao quarto trimestre de 2010, serão fracos devido parcialmente à sazonalidade e a um cenário de preços mais difícil no Brasil. Contudo, Brandt acredita que isso já é bem conhecido e, assim como as importações e estoques, já está precificado nas ações.
Para o analista, os estoques e importações elevados de aço no Brasil, levando as ações a apresentarem defasagem significativa em relação ao mercado, devem começar a diminuir em 2011, motivados por altos preços internacionais, demanda sólida contínua por aço no país e novas regulamentações de importação.
Previsões
Em relatório enviado aos clientes, o HSBC indica que, após considerar maiores preços globais de matérias-primas e aço, projeta um aumento no consumo de aço no Brasil entre 5% e 10% neste ano, após uma recuperação de quase 50% em 2010.
CSN
O analista Jonathan Brandt destaca que a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) (CSNA3) segue como favorita em relação as suas pares no setor. O preço-alvo da empresa foi alterado para cima, de 36,50 para 38 reais no final de 2011. A recomendação é overweight (alocação acima da média do mercado).
Segundo ele, a avaliação da CSN é atrativa, principalmente devido à exposição da empresa ao minério de ferro, ativos de siderurgia lucrativos e sólidos projetos em preparação.
“Os maiores preços de referência de minério de ferro e aço foram compensados por maiores preços de carvão coqueificável e projeções de um câmbio (Real) mais forte”, afirma Brandt. Isso foi levado em consideração pelo analista e está precificado no novo preço-alvo estipulado para a companhia.
Usiminas
A Usiminas (USIM5) teve o preço-alvo reduzido de 25 para 24,50 reais, mas a recomendação permaneceu overweight, já que o HSBC acredita que o aumento nos preços domésticos do aço está próximo, um cenário em que a Usiminas deve ser a mais beneficiada.
O banco de investimentos também aposta no programa de corte de custos e expansão nos projetos de minério de ferro da empresa, mas alerta aos investidores que o primeiro semestre deste ano pode ser “irregular”, já que os preços de matérias-primas seguem fortes, pressionando as margens da siderúrgica.
Gerdau
A Gerdau é a única do universo de cobertura do HSBC que permanece com classificação neutra. “Apesar de acreditarmos que ela está bem posicionada para aproveitar a expansão dos gastos em infraestrutura no Brasil, estamos preocupados em relação à exposição da empresa aos EUA, onde continuamos a ver demanda do usuário final lenta por produtos de aço”, afirma o analista Jonathan Brandt.
A Gerdau (GGBR4) teve o preço-alvo elevado de 23,50 para 25 reais para o final de 2011.
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