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Powell: juros altos podem prejudicar EUA, mas ainda faltam ‘dados positivos’ para corte

Presidente do Federal Reserve prestou depoimento hoje ao congresso americano e deu sinais sobre política monetária

Jerome Powell: presidente do Fed afirma que juros altos por muito tempo irão prejudicar economia dos EUA (Chip Somodevilla/Getty Images)

Jerome Powell: presidente do Fed afirma que juros altos por muito tempo irão prejudicar economia dos EUA (Chip Somodevilla/Getty Images)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 9 de julho de 2024 às 14h08.

Última atualização em 9 de julho de 2024 às 14h11.

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) Jerome Powell afirmou que as altas taxas de juros nos Estados Unidos podem prejudicar a economia americana. 

“Diante dos progressos alcançados tanto na redução da inflação como no arrefecimento do mercado de trabalho ao longo dos últimos dois anos, a inflação elevada não é o único risco que enfrentamos”, disse Powell em depoimento ao congresso americano sobre o relatório semestral de política monetária. “Reduzir a contenção das taxas demasiado tarde ou muito pouco poderia enfraquecer indevidamente a atividade econômica e o emprego.” 

A fala animou os investidores, que aguardam um corte de juros no país, levando as bolsas dos EUA – e a do Brasil – para o campo positivo. Ainda assim, as expectativas do mercado são de que um primeiro corte ocorra não na próxima reunião, em julho, mas na seguinte em setembro, segundo monitor do CME Group. O corte levaria a taxa do intervalo atual de 5,50% a 5,25% ao ano para um juros de 5,25% a 5,% ao ano.

O mercado espera ainda que o corte seja seguido de outra redução de 0,25 ponto percentual (p.p.) até o final do ano. O Fed, no entanto, vem sinalizando apenas um corte para 2024.

Vale lembrar que a taxa de juros nos EUA está no nível mais alto em 23 anos. A trajetória de alta começou há quase um ano, com 11 elevações consecutivas nos juros realizadas para conter o avanço da inflação no país.

O que falta para que os EUA cortem os juros?

Powell sinalizou ainda que o BC americano vai aguardar dados mais fortes sobre o desempenho da economia antes de tomar uma decisão. 

“Após a falta de progresso em direção ao nosso objetivo de inflação de 2% no início deste ano, as leituras mensais mais recentes mostraram progressos adicionais modestos”, disse Powell. “Mais dados positivos ​​fortaleceriam a nossa confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção a 2%.”

As atenções se voltam então para a divulgação amanhã do CPI (Consumer Price Index), indicador de inflação ao consumidor nos Estados Unidos. E para fechar a semana, na sexta-feira será divulgado o PPI (Producer Price Index), indíce de inflação ao produtor. Os dois índices são a leitura mais próxima de como está caminhando a inflação no país.

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