Jerome Powell antes de jantar em Jackson Hole: presidente do Fed discursará em evento nesta sexta (Natalie Behring/Getty Images)
Repórter
Publicado em 25 de agosto de 2023 às 08h00.
Última atualização em 25 de agosto de 2023 às 08h14.
Todas as atenções do mercado nesta sexta-feira, 25, estão voltadas para o Simpósio de Jackson Hole, que reúne os principais banqueiros centrais do mundo. As expectativas se devem à presença do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Com discurso previsto para às 11h, o chairman do principal banco central do mundo poderá determinar o tom em que o câmbio e bolsas de valores fecharão nesta semana.
Nesse mesmo evento, no ano passado, Powell fez de suas palavras um alerta para um período de juros mais altos, o que fez o S&P 500 cair mais de 3% no dia. Muita coisa mudou desde o último Simpósio de Jackson Hole. A taxa de juro americana subiu de próxima de zero para o maior patamar desde 2008, situando-se entre 5,25% e 5,5%. Agora, investidores querem saber se ainda há espaço para uma nova alta de juros ou se o trabalho já está feito.
Os sinais emitidos por diretores do Fed têm sido ambíguos. O presidente do Federal Reserve da Filadélfia, Patrick Harker, chegou a dizer em Jackson Hole que novas altas de juros não deverão ser necessárias. Por outro lado, a presidente do Fed, Susan Collins, não descartou a possibilidade de novas altas. Investidores esperam que, hoje, Powell dê um posicionamento mais claro.
Dados fortes da economia americana divulgados na véspera aumentaram a percepção de que o Fed poderá seguir duro no controle da inflação. Bolsas dos Estados Unidos fecharam em queda, mesmo com o otimismo gerado pelo resultado da Nvidia. Os papéis da companhia chegaram a iniciar o dia com mais de 6% de alta no pré-mercado, mas fechou como coadjuvante, praticamente estável.
O exterior negativo e os dois dias de forte recuperação do Ibovespa também adicionaram doses de cautela no mercado brasileiro, com o principal índice da B3 encerrando em queda de 0,94%.
No Brasil, além de Jackson Hole, investidores deverão repercutir nesta sexta o resultado do Índice de Preço ao Consumidor Amplo da primeira quinzena de agosto. (IPCA-15). A expectativa do é de uma alta mensal de 0,17%, com alta de 3,19% para 4,13% na comparação anual devido ao efeito-base. No mesmo período do ano passado, o IPCA-15 registrou deflação de 0,73%.
Os dados correntes de inflação estão no cerne das discussões sobre uma possível aceleração no ritmo de queda de juros. O Comitê de Política Monetária (Copom) avisou que deverá cortar a Selic de 0,50 em 0,50 ponto percentual. Surpresas no processo de desinflação poderia fazer o Banco Central revisitar o plano de voo. Mas o próprio presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, afirmou que a "barra é alta" para isso acontecer.
O horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 17h25 e 17h30. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 17h55.