Fábrica de computadores da Positivo. (Marcelo Almeida/Exame)
Guilherme Guilherme
Publicado em 24 de julho de 2020 às 13h22.
Última atualização em 26 de julho de 2020 às 11h01.
As ações da Positivo chegaram a subir 9,5% e encerraram em alta de 6,68%, nesta sexta-feira, 24, após sair vencedora da licitação de 799,9 milhões de reais do Tribunal Superior Eleitoral para a compra de urnas eletrônicas. O montante é superior ao valor de mercado da companhia, que 743,032 milhões até o fechamento do pregão de quinta-feira, 23.
Como não há prazo suficiente para a entrega das urnas para este ano, elas serão utilizadas somente nas eleições gerais de 2022. Ao todo, serão 180 mil urnas eletrônicas entregues entre 2020 e 2021.
Além do valor oferecido, a licitação levava em consideração a capacidade técnica das empresas. A Positivo venceu nas duas frentes sua concorrente, o Consócio Smartmatic.
Para analistas do BTG Pactual, a vitória da Positivo já era esperada dado que “a companhia já havia apresentado proposta com menor valor em março e o período de apelação se encerrava no início do mês”.
Uma das poucas companhias de tecnologia listada na bolsa brasileira, a maior demanda por dispositivos de informática durante a quarentena favoreceu algumas frentes de atuação da Positivo no primeiro trimestre, como a de tecnologia educacional, que registrou crescimento de 58,2% do faturamento em relação ao mesmo período do ano passado.
A área de notebooks e computadores de mesa (desktop) teve aumento de receita anual de 25,1% e 8,7%, respectivamente. Porém, a empresa perdeu market share no segmento de notebooks de até 1.200 reais, que passou para 74,7% de 89,1% no quarto trimestre de 2019. A divulgação do resultado do segundo trimestre está marcada para 13 de agosto.
A empresa também sofreu com efeitos cambiais, tendo em vista que possui gastos com matéria prima em dólar. Com a alta da moeda americana, a companhia foi uma das que mais sofreram na bolsa nos primeiros meses da pandemia, chegando a registrar 48,3% de queda em março.
Para analistas do BTG, a ação, que chegou a ultrapassar os 12 reais em dezembro do ano passado, ainda tem espaço para andar, mas não tanto. De acordo com o último relatório do banco sobre a empresa, de junho, o preço-alvo deve ficar em 9 reais por ação. No ano, o ativo acumula desvalorização de cerca de 45%.