O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho: a dívida portuguesa está sob tensão no mercado secundário, onde se negociam os títulos já emitidos (Francisco Leong/AFP)
Da Redação
Publicado em 1 de fevereiro de 2012 às 10h12.
Lisboa - Portugal emitiu nesta quarta-feira 1,5 bilhão de euros em títulos da dívida de curto prazo, com taxas de juros em baixa, apesar dos temores crescentes de que o país se veja obrigado a pedir um segundo resgate financeiro internacional.
A agência de dívida colocou 750 milhões de euros em letras a três meses com um rendimento de 4,068%, frente a 4,346% na emissão similar de 18 de janeiro, e 750 milhões de euros em letras a seis meses, com um juros de 4,463%, frente a 4,740% no leilão anterior.
A demanda foi, no entanto, menor, superando a oferta em 2,8 vezes para os títulos a três meses e 2,6 vezes para os títulos a seis meses, segundo o Instituto de Gestão do Crédito Público. Nas emissões similares de 18 de janeiro, a demanda foi respectivamente 4,1 e 3 vezes maior.
A dívida portuguesa está sob tensão no mercado secundário, onde se negociam os títulos já emitidos. Os investidores temem que o país não seja capaz de obter financiamentos por sua própria conta a taxas razoáveis a partir do próximo ano, como prevê o plano de resgate acordado com a UE e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
As taxas de juros exigidas pelos investidores para comprar dívida portuguesa alcançaram níveis recordes nos últimos dias. Contudo, após a reunião europeia de segunda-feira e com o mercado à espera de um acordo sobre uma redução parcial da dívida grega, a pressão foi reduzida, ainda que parcialmente.
Nesta quarta-feira, às 11H30 GMT (09H30 de Brasília), os juros dos bônus a dez anos eram de 14,878% frente a 15,669% na véspera.