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Por que o Pão de Açúcar dispara 14% em dois dias com notícia sobre Cnova?

Ontem à noite, o GPA informou que seu controlador, o Casino, estuda operações de mercado envolvendo sua participação na Cnova, segunda maior e-commerce da França, do qual a rede brasileira detém 34,17% do capital social

 (Nacho Doce/Reuters)

(Nacho Doce/Reuters)

PB

Paula Barra

Publicado em 13 de abril de 2021 às 16h10.

As ações do Pão de Açúcar (PCAR3) engatam nova alta nesta terça-feira, 13, após a companhia ter informado ontem à noite que o seu controlador, o Casino, avalia opções para a sua subsidiária Cnova, segundo maior e-commerce da França, do qual o GPA detém 34,17% do capital social. 

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O movimento envolve estudos para potencial aumento de capital na Cnova para acelerar seus planos de crescimento, assim como para uma possível oferta secundária, desde que o Casino mantenha o controle na empresa (o Casino tem 64,8% da Cnova).  

Com a notícia, os papéis PCAR3 subiam 4,35% nesta sessão, segundo cotação das 15h28 horário de Brasília, depois de terem atingido na máxima do dia valorização de 7,97%. Nos últimos dois pregões, acumulam ganhos de 14%. 

Por que a disparada? 

Caso o Casino decida por uma oferta secundária, o GPA tem o direito de vender as ações que possui na Cnova também, com prioridade sobre o Casino. Atualmente, a participação do GPA na Cnova é avaliada em cerca de 6,1 bilhões de reais e o grupo brasileiro já disse que não considera esse investimento estratégico. 

Com o Pão de Açúcar avaliado no mercado aos preços de hoje em aproximadamente 9,9 bilhões de reais, a fatia que a companhia detém na Cnova representa cerca de 62% do seu valor de mercado. 

Portanto, “tal movimento é bastante aguardado pelos acionistas de PCAR3, uma vez que seria uma possibilidade – através de uma oferta secundária – da companhia destravar valor com uma potencial venda parcial ou total do ativo”, comentaram os analistas da Ativa Investimentos.

No entanto, vale a ressalva que o comunicado divulgado pelo GPA ao mercado ontem não menciona se a companhia participaria da potencial oferta secundária, caso ocorra. Ainda assim, “embora não tenhamos nenhuma opinião sobre a probabilidade disso ocorrer, vemos a notícia como potencialmente positiva para o GPA, pois pode fornecer eventualmente oportunidade de desinvestimento em um ativo não líquido”, apontaram os analistas do Goldman Sachs, que possuem recomendação neutra para as ações.  

“Com essa potencial monetização de Cnova pelo GPA, o papel PCAR3 deve continuar reagindo bem", disse a equipe de análise do BTG Pactual. O banco, contudo, apontou que, no setor, prefere os papéis da rede de atacarejo Assaí (ASAI3) - que cindiu do Pão de Açúcar no começo de março -,  por questões de fundamentos, em meio ao bom momento operacional da empresa e valuation atrativo. 

Neste pregão, as ações do Assaí operavam no mesmo horário em leve alta de 0,13%, mas acumulam, desde a cisão com o Pão de Açúcar, ganhos de 427% na Bolsa.

 

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