Mina de Brucutu da Vale: Cosan investiu na mineradora buscando "diversificação de portfólio" (Dado Galdieri/Bloomberg)
Beatriz Quesada
Publicado em 7 de outubro de 2022 às 16h25.
Última atualização em 7 de outubro de 2022 às 19h05.
As ações da Cosan (CSAN3) desabam mais de 7% na bolsa nesta sexta-feira, 7, após a companhia anunciar que pretende montar uma posição de 6,5% na Vale (VALE3).
A Cosan anunciou a compra de 4,9% das ações da mineradora por meio de investimento direto e operações de derivativos. Além disso, a companhia possui uma posição financeira de 1,6% que poderá ser convertida em participação direta após a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A operação total deve custar R$ 22 bilhões à Cosan.
Segundo a empresa de energia, o movimento será feito para diversificar portfólio. A Cosan já tem participação em outras companhias associadas à energia e commodities, como Raízen (RAIZ4) e Rumo (RAIL3), e a compra da fatia da Vale seria a entrada no setor de mineração.
O mercado não gostou, e as ações da Cosan entraram em forte movimento de queda, caindo mais de 7%. "Diversificação por si só o investidor pode fazer de forma individual. Recebemos com negatividade, existem mais dúvidas do que certezas. Não sabemos se a participação pode, de alguma forma, ser estratégica ou se é apenas decisão financeira", afirma Ilan Arbetman, analista da corretora Ativa Investimentos.
Além da incerteza, o movimento não foi bem visto considerando o momento operacional da Cosan. “Em nossa visão, a operação torna a operação da Cosan ainda mais complexa, sem muita sinergia com os demais negócios da companhia. Ainda, a Cosan já está com uma alavancagem de 2,4x Ebitda e a transação exigirá que a companhia se endivide ainda mais”, avaliaram, em nota, os analistas da casa de análise Eleven.
O impacto também foi sentido na Vale, que chegou a subir mais de 4% pela manhã junto com o minério de ferro. Com a notícia, no entanto, os papéis perderam força e passaram a operar perto da estabilidade.
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