Suzano: ações subiram 6% no mês (SOPA Images/Getty Images)
Repórter
Publicado em 22 de outubro de 2024 às 16h54.
Última atualização em 22 de outubro de 2024 às 18h24.
A Suzano (SUZB3) tem se destacado entre as melhores ações do Ibovespa em outubro, com valorização acumulada de cerca de 6%. O principal índice da bolsa brasileira, por outro lado, registrou queda de 1,40% no mesmo período. De acordo com o BTG Pactual (parte do mesmo grupo controlador da EXAME), as ações da companhia devem continuar superando a média do mercado. A projeção do banco é de um potencial de alta de até 40%, atingindo o preço-alvo de R$ 81.
Os analistas apontam quatro fatores principais que impulsionam o desempenho da Suzano na bolsa e que devem continuar beneficiando seus papéis.
Como uma das principais exportadoras do Brasil, a Suzano se beneficia da alta do dólar, que acumula valorização de 17% frente ao real desde o início do ano. A empresa, conforme ressaltam os analistas do BTG, tem quase 100% de sua receita atrelada ao dólar, enquanto apenas 40% de suas despesas são denominadas na moeda americana. "Uma depreciação de 10% no BRL, de acordo com nossas estimativas, adiciona 16% ao Ebitda da Suzano e cerca de 20% ao valor de mercado da companhia, mantendo-se os demais fatores constantes."
O preço da celulose de fibra curta na China está próximo do custo de produção, o que, segundo o BTG, costuma ser um bom momento para comprar ações da Suzano. Isso acontece porque, quando os preços ficam abaixo do custo de produção, empresas com custos mais altos cortam a produção, reduzindo a oferta e, consequentemente, elevando o preço da commodity.
"O corte de capacidade de 4% da Suzano reflete a gravidade das pressões atuais de preços. Recentemente, também observamos um aumento nos preços da celulose de fibra longa na China pela Arauco e o anúncio de redução de capacidade pela Bracell para o início de 2025. Embora o mercado ainda esteja superofertado, especialmente com o aumento da produção doméstica de celulose na China, acreditamos que o ciclo está próximo do fundo do poço."
Os analistas destacam que os investidores permanecem pessimistas em relação ao mercado imobiliário chinês e observam uma deterioração nas perspectivas para o mercado de petróleo. Isso tem levado a uma migração nas teses de commodities, com os investidores, em vez de manterem posições em minério de ferro e petróleo, voltando-se para o mercado de celulose, em busca de relativa estabilidade e suporte nos preços das ações.