Mercados

Por que a B2W pode derreter 80% na bolsa, segundo o HSBC

Analista avalia que a empresa tem retorno é incerto e distante; papéis podem cair de 15 para 3 reais em 12 meses


	HSBC acredita que mesmo depois da infraestrutura pronta, o custo da operação dos serviços de execução de pedidos pode continuar a pressionar para baixo as margens
 (.)

HSBC acredita que mesmo depois da infraestrutura pronta, o custo da operação dos serviços de execução de pedidos pode continuar a pressionar para baixo as margens (.)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2013 às 10h05.

São Paulo – Os últimos dois anos da B2W (BTOW3) na bolsa têm sido dramáticos. A dona dos sites Submarino e Americanas.com enfrentou grandes dificuldades no período, principalmente em seu departamento de logística - o que fez com que as ações derretessem. Além disso, os problemas fizeram com que os números consolidados da companhia fossem seriamente afetados.

Em 2011, uma liminar da justiça chegou a proibir a Americanas.com de vender produtos no estado do Rio de Janeiro em maio depois que 20.000 consumidores reclamaram atrasos nas entregas. Os papéis da B2W derreteram 71% naquele ano.

No entanto, os últimos meses proporcionaram dias melhores à companhia na Bovespa – em setembro, por exemplo, os papéis mostram avanço de 10,5%, superando o Ibovespa, que no mesmo período subiu 8,5%.

Mas se depender da análise do HSBC, as boas notícias param por aí. Em seu recente relatório, o analista Francisco Chevez reconhece que a empresa está se esforçando e mantém seu ritmo agressivo de investimento em infraestrutura, porém, “o retorno é incerto e distante”.

A B2W está em meio a um programa de investimentos de 1 bilhão de reais, com o objetivo de construir uma melhor infraestrutura de distribuição.

“Acreditamos que mesmo depois da infraestrutura pronta, o custo da operação dos serviços de execução de pedidos pode continuar a pressionar para baixo as margens, mantendo os resultados no vermelho”, projeta Chevez.

O preço alvo por ação estabelecido para os próximos 12 meses pelo analista é de módicos 3 reais, o que representa uma queda de 80% em relação ao preço atual. A recomendação é classificada em alocação abaixo da média de mercado (underweight).


“Continuamos preocupados com a B2W, principalmente por duas razões: escoamento do fluxo de caixa e alavancagem de investimentos em infraestrutura”, diz Chevez.

O analista explica que os últimos resultados divulgados pela B2W mantiveram a tendência iniciada no quarto trimestre de 2012: sólido crescimento da receita e aumento dos prejuízos líquidos.

E como se estes fatores não bastassem a B2W ainda enfrenta uma forte concorrência, dividindo o mercado com Nova Pontocom, a divisão do Grupo Pão de Açúcar, CBD, Magazine Luiza, segundo maior varejista de produtos eletrônicos ao consumidor no Brasil, e Mercado Livre – citadas como as mais importantes pelo HSBC.

Para a Lojas Americanas (LAME4), a recomendação é classificada em neutra.

“Os resultados da empresa continuam sob pressão em virtude do investimento na B2W. A Americanas continua investindo pouco em sua rede de lojas, o que prejudica sua competitividade de longo prazo, a nosso ver”, completa Chevez.

O preço-alvo por ação é de 18 reais, um potencial de valorização de 7%.

Acompanhe tudo sobre:AmericanasAnálises fundamentalistasanalises-de-acoesB2WB3bolsas-de-valoresComércioEmpresasEmpresas brasileirasEmpresas de internetMercado financeiroVarejo

Mais de Mercados

Com olho na Ásia, JBS (JBSS3) investirá US$ 100 milhões em duas plantas no Vietnã

Blackstone avalia adquirir participação no TikTok nos EUA, dizem fontes

Enel protocola na Aneel pedido de renovação da concessão em SP por 30 anos

Quem é Ricardo Faria, o empresário que produz 5 bilhões de ovos por ano